Por cima de melão, vinho de tostão

Por cima de melão, vinho de tostão.
 ... Por cima de melão, vinho de tostão.

Critica a junção ou oferta de algo de qualidade superior com algo claramente inferior; aponta para a falta de harmonia entre elementos.

Versão neutra

Não se juntam coisas de qualidade muito diferente.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa‑se para comentar, muitas vezes com ironia, quando algo valioso é acompanhado por algo de qualidade ou apresentação claramente inferior.
  • Qual é a origem do provérbio?
    É um provérbio popular português de origem incerta; refere‑se a objetos familiares (melão e vinho) para ilustrar o contraste entre bom e barato.
  • É ofensivo usar esta expressão?
    Não é inerentemente ofensiva, mas pode ser vista como crítica ou desdenhosa dependendo do contexto e do tom — use com cuidado em situações sociais delicadas.
  • Há alternativas mais suaves para expressar a mesma ideia?
    Sim. Pode dizer‑se, por exemplo, «há um desajuste de qualidade» ou «não combina» para um registo menos irónico.

Notas de uso

  • Empregado ironicamente quando algo de valor ou requinte é acompanhado por algo de fraca qualidade.
  • Aparece em contextos de hospitalidade, etiqueta, moda, negociações ou decisões em que há desajuste entre custo/qualidade de elementos.
  • Não implica necessariamente ofensa: pode também comentar uma escolha económica ou uma combinação deliberada de elementos díspares.

Exemplos

  • Serviram sobremesas caras, mas pôs sobre cada prato um copo de vinho de pouca qualidade — por cima de melão, vinho de tostão.
  • Ele comprou um carro de luxo e depois enfiou tapetes baratos; fiquei a pensar: por cima de melão, vinho de tostão.

Variações Sinónimos

  • Vinho de tostão sobre melão
  • Não se misturam alhos com bugalhos

Relacionados

  • Não se misturam alhos com bugalhos (não se deve juntar coisas de natureza ou qualidade muito diferentes)
  • Quem muito quer, pouco alcança (contexto económico/expectativas desajustadas)

Contrapontos

  • Misturas deliberadas de elementos caros e baratos podem ser intencionais e apreciadas como contraste estilístico.
  • Em situações de contenção orçamental, optar por economias pontuais (vinho barato) sobre outros itens de qualidade pode ser prático e aceitável.
  • O provérbio pode soar crítico quando a escolha económica é justificada; a crítica pode não ser adequada se o objetivo for simplicidade ou autenticidade.

Equivalentes

  • inglês
    You can't gild the lily / Putting lipstick on a pig (ambos aproximam a ideia de usar algo inadequado para melhorar ou disfarçar)
  • espanhol
    No mezcles lo bueno con lo malo (versão descritiva, sem provérbio fixo equivalente)
  • francês
    Ne mêlez pas le bon et le mauvais (equivalente descritivo; não há provérbio fixo idêntico)

Provérbios