Quer a faca caia no melão, ou o melão na faca, o melão vai sofrer.
Provérbios Tibetanos
Expressa que, seja qual for a ordem ou a origem da agressão ou do conflito, quem recebe o dano acaba por sofrer — usualmente referindo‑se a uma parte mais vulnerável.
Versão neutra
Quer a faca caia sobre o melão, quer o melão caia na faca, o melão sofrerá.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
Que, numa disputa ou num evento prejudicial, quem recebe o dano é a parte mais vulnerável ou inadvertida, independentemente de quem iniciou a ação. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Ao comentar conflitos em que terceiros ou os menos poderosos acabam prejudicados — por exemplo, em política, economia ou conflitos locais — para sublinhar a injustiça ou inevitabilidade do dano. - Tem origem conhecida?
Não há origem documentada conhecida. Trata‑se de uma metáfora coloquial que usa a imagem do melão e da faca para ilustrar vulnerabilidade; é provável que tenha origem popular. - É ofensivo usar‑lo?
Em geral não é ofensivo; é uma imagem metafórica. Contudo, ao aplicar‑o a pessoas ou grupos específicos é preciso cuidado para não reforçar estereótipos ou culpabilizações.
Notas de uso
- Usado como metáfora para situações em que o efeito prejudicial é inevitável, independentemente de quem inicia a ação.
- Aparece em contextos coloquiais e críticos: política, relações laborais, disputas familiares ou conflitos entre maiores forças.
- Tem tom pessimista e fatalista; serve para advertir sobre consequências para terceiros ou partes fracas.
- Não é um provérbio de uso formal em textos académicos sem explicação; é mais adequado em linguagem oral ou ensaios interpretativos.
Exemplos
- Na reestruturação da empresa, quer a chefia imponha as mudanças quer os sindicatos o façam por pressão, os trabalhadores serão os mais afetados — quer a faca caia no melão, ou o melão na faca, o melão vai sofrer.
- Quando dois partidos se acusam mutuamente, os cidadãos comuns perdem serviços e poder de compra; não interessa quem começou, quem paga é o povo — é o caso do provérbio.
- Numa discussão entre vizinhos sobre obras, mesmo que um tenha razão, quem acaba por sofrer são os que vivem ao lado das obras — a expressão ilustra essa inevitabilidade.
Variações Sinónimos
- Quer a faca caia sobre o melão, quer o melão caia sobre a faca, o melão sofre.
- Se a lâmina cortar ou for cortada, o que estiver na frente é que paga o preço.
- Quando dois lutam, é o terceiro que leva com isso.
- Quando os grandes se batem, quem sofre são os pequenos.
Relacionados
- Quando os elefantes lutam, a erva é que sofre.
- Quem paga o pato (quando há conflitos entre outros).
- A corda quebra pelo lado mais fraco (sobre vulnerabilidade).
Contrapontos
- Nem sempre a vítima fica sem defesa: organização coletiva, legislação ou solidariedade podem proteger os mais fracos.
- A autoria do dano importa para responsabilização legal e moral; saber quem iniciou o conflito pode mudar decisões e reparações.
- Algumas situações permitem mediação que evita o dano inevitável sugerido pelo provérbio.
Equivalentes
- inglês (literal)
Whether the knife falls on the melon, or the melon on the knife, the melon will suffer. - inglês (idiomático)
When two elephants fight, it is the grass that suffers. - espanhol
Cuando los elefantes pelean, la hierba sufre. - francês
Quand les éléphants se battent, c'est l'herbe qui souffre.