Por um monge não se perde a abadia.
Não se deve sacrificar uma instituição, um bem maior ou o interesse colectivo por causa de uma só pessoa ou de um problema isolado.
Versão neutra
Não se perde uma instituição por causa de uma pessoa.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use-o quando se quer justificar a preservação de um projecto, instituição ou bem colectivo perante um problema causado por uma pessoa ou caso pontual, salientando a prioridade do todo sobre a parte. - É um provérbio ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser interpretado como insensível se usado para justificar a negligência de problemas pessoais ou violações de direitos. - Qual a diferença entre este provérbio e "não se deve lançar o bebé fora com a água do banho"?
Ambos avisam contra decisões exageradas, mas "por um monge não se perde a abadia" enfatiza a prioridade do bem comum/instituição sobre uma única pessoa; o outro alerta para não perder o essencial por causa do descartável. - Tem origem religiosa?
A imagem vem do universo monástico medieval (abadias, monges), pelo que a origem é culturalmente ligada à sociedade cristã medieval, mas o uso actual é laico e metafórico.
Notas de uso
- Expressa prioridade pelo bem comum ou pela continuidade de um projecto em detrimento de uma situação individual.
- Usa-se em contextos institucionais, políticos, empresariais ou familiares quando se pretende justificar uma decisão que protege o todo.
- Tem um tom pragmático; pode soar insensível se aplicado sem consideração às circunstâncias pessoais do indivíduo afetado.
- Pode servir tanto para recomendar firmeza na gestão como para criticar excesso de conservadorismo se usado indiscriminadamente.
Exemplos
- A direção decidiu encerrar a investigação interna ao funcionário para não pôr em risco toda a empresa — por um monge não se perde a abadia.
- Perante o comportamento isolado de um vereador, o partido manteve a estratégia, argumentando que por um monge não se perde a abadia.
Variações Sinónimos
- Não se perde a abadia por causa de um monge.
- Não se arrisca a comunidade por um indivíduo.
- Não se sacrifica o todo por uma parte.
Relacionados
- Não se troca o essencial pelo supérfluo.
- O essencial é mais do que o acessório.
- Muitos burros fazem carga, um só não a estraga.
Contrapontos
- Em matéria de direitos individuais e justiça, proteger a instituição à custa de uma pessoa pode ser abusivo e causar injustiça.
- Decisões que ignoram problemas individuais podem levar à perda de confiança e, a longo prazo, prejudicar a própria instituição.
- Quando o comportamento de um indivíduo revela falhas sistémicas, resolver o problema individual pode ser necessário para salvar o todo.
Equivalentes
- inglês
Don't throw the baby out with the bathwater. - espanhol
Por un monje no se pierde el convento. - francês
On ne perd pas l'abbaye pour un moine. - italiano
Non si perde l'abbazia per un monaco. - alemão
Wegen eines Mönchs verliert man nicht die Abtei.