Porco fresco e vinho novo, cristão morto.
Advertência contra a entrega aos prazeres imediatos: quem se entrega ao comer e beber perde a virtude (ou a fé).
Versão neutra
Quem se entrega a prazeres imediatos perde a fé nas virtudes.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Avisa que a entrega aos prazeres imediatos — simbolizados pelo porco fresco e pelo vinho novo — pode levar à perda de princípios morais ou religiosos. - É ofensivo usar‑lo hoje em dia?
Pode ser interpretado como moralista ou insensível, sobretudo se aplicado a práticas religiosas ou culturais específicas; convém evitar usos que estigmatizem pessoas ou grupos. - Qual é a origem histórica desta expressão?
A origem é incerta; trata‑se de um provérbio de tradição oral em língua portuguesa, com circulação em contextos populares e literários antigos, sem autor identificado. - Quando é apropriado usá‑lo?
Em contextos informais, para advertir de forma crítica ou irónica sobre excessos. Evite‑o em contextos formais ou multiculturais onde possa ferir sensibilidades.
Notas de uso
- Usa‑se para censurar, de forma direta ou irónica, quem abusa de prazeres materiais.
- Na linguagem moderna é considerado arcaico e pode soar moralista ou hiperbólico.
- Pode ser ofensivo se interpretado literalmente como ataque a crenças religiosas ou a grupos que têm práticas alimentares diferentes.
- Emprega‑se mais em contextos familiares ou populares; raramente aparece em registos formais sem uma intenção estilística.
Exemplos
- Depois de ver o sobrinho esbanjar as poupanças em festas, a tia murmurou: «Porco fresco e vinho novo, cristão morto.»
- Diz‑se à brincadeira quando alguém vive à base de farturas: «Porco fresco e vinho novo…», para o avisar sobre os riscos do excesso.
- Num artigo crítico sobre ostentação, o autor evocou o provérbio para sublinhar que o gosto pelo luxo pode corroer princípios.
Variações Sinónimos
- Porco e vinho fazem esquecer a religião.
- Quem vive só de prazeres perde a virtude.
- Vinhos novos e mesas fartos fazem o cristão morrer (variação arcaizante).
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Demasiado de uma coisa boa faz mal.
- Festa e ganho não duram sempre.
Contrapontos
- Ter prazer com boa comida e bom vinho não significa perder a fé ou a moralidade; contexto e medida são determinantes.
- A vivência religiosa pode coexistir com a apreciação de alimentos e bebidas; o provérbio traduz mais um juízo moral tradicional do que uma regra factual.
- O provérbio reflecte uma visão normativa: hoje é comum rejeitar leituras que exprimam censura sobre hábitos alimentares ou culturais de outros.
Equivalentes
- Português (variante)
Porco fresco e vinho novo fazem o cristão morrer. - Inglês
Too much of a good thing (excess of pleasures corrupts). - Espanhol
Cerdo fresco y vino nuevo, cristiano muerto (tradução literal usada em alguns contextos). - Francês
Trop de bonnes choses corrompt la vertu (equivalente aproximado).