Quando em casa engorda a moça, ao corpo o baço e ao rei o bolso, mal vai a coisa.
Adverte contra o facto de alguém prosperar à custa de outros (ou do erário): indica mau funcionamento social, económico ou moral.
Versão neutra
Quando alguém prospera à custa dos outros ou do bolso do Estado, é sinal de mau funcionamento.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
Que a prosperidade de uma pessoa ou grupo pode ocorrer às custas de outros (família, empregador ou Estado), o que sinaliza má ordem ou injustiça. - É apropriado usar este provérbio hoje em dia?
Pode ser usado para criticar favorecimentos ou má gestão, mas tem tom arcaico e pode ser considerado insensível por evocar relações de poder entre géneros; convém contextualizar. - O que significa 'rei' neste contexto?
Literariamente refere‑se a uma autoridade que paga (o rei), mas no uso corrente pode significar o chefe de família, o empregador ou o erário público.
Notas de uso
- Expressão de registo popular e algo arcaico; vem de tradição oral.
- Usa‑se para criticar benefícios concedidos a alguns que oneram terceiros (família, empregador, Estado).
- A palavra 'moça' e a referência ao 'rei' refletem uma linguagem antiga; 'rei' pode significar o chefe da casa ou autoridade financiadora.
- Tom pejorativo: acusa exploração, favorecimento ou gestão imprudente de recursos.
Exemplos
- Na autarquia, quando parentes dos responsáveis vivem muito bem sem trabalhar, aplica‑se o provérbio: quando em casa engorda a moça... — é sinal de má governação.
- Se numa empresa algumas pessoas acumulam regalias pagas pelos sócios, pode dizer‑se: quando em casa engorda a moça, ao rei o bolso — mal vai a coisa.
Variações Sinónimos
- Quando a moça engorda, o rei empobrece.
- Quando alguém prospera à custa alheia, mal vai a coisa.
- À custa do rei, o bolso empobrece.
Relacionados
- Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
- Nem tudo o que reluz é ouro.
- Quem dá muito, perde muito.
Contrapontos
- Se a família ou a comunidade prospera, isso pode indicar boa gestão e emprego, não necessariamente exploração.
- Investimento público que promove bem‑estar não é sempre prejudicial ao 'bolso' do Estado.
Equivalentes
- Português (variação literal)
Quando em casa a jovem engorda, para o corpo bom e para o rei o bolso, as coisas vão mal. - Inglês (tradução literal/explicativa)
When the girl fattens at home, the body rejoices and the king's purse suffers — it's a bad sign. - Espanhol (tradução literal)
Cuando en casa engorda la moza, al cuerpo el bazo y al rey el bolsillo, mal va la cosa.