Quando não há trigo, come-se de milho.
Adaptar‑se a uma alternativa inferior ou aceitar o que estiver disponível face à ausência do ideal.
Versão neutra
Quando não há o ideal, usa‑se a alternativa disponível.
Faqs
- Qual é o sentido principal deste provérbio?
Significa aceitar uma alternativa menos desejável quando a opção ideal não está disponível; insiste na adaptação prática perante a escassez. - É um provérbio de origem portuguesa?
Trata‑se de um ditado de origem popular e rural na Península Ibérica; a formulação exacta é tradicional e não tem autor conhecido. - Quando devo evitar usá‑lo?
Evite‑o em contextos onde a substituição compromete segurança, ética ou qualidade essencial, ou quando o provérbio possa justificar desigualdade. - Há equivalentes noutras línguas?
Sim; muitos idiomas têm provérbios semelhantes que expressam a ideia de 'fazer com o que há', como o espanhol 'A falta de pan, buenas son tortas' ou o inglês 'Beggars can't be choosers'.
Notas de uso
- Usa‑se para justificar a escolha de uma solução menos perfeita quando a solução desejada não está disponível.
- Tom neutro ou pragmático; pode ser usado de forma resignada ou prática dependendo do contexto.
- Em contextos críticos, pode ser interpretado como aceitação passiva da escassez ou da desigualdade.
- Freqüentemente usado em situações económicas, domésticas ou organizacionais onde há limitação de recursos.
Exemplos
- Como faltavam ingredientes caros para a receita original, fizemos uma versão mais simples — quando não há trigo, come‑se de milho.
- Na reunião, não havia orçamento para contratar um especialista, por isso chamámos um técnico interno; às vezes, quando não há trigo, come‑se de milho.
- Os miúdos preferiam sopa com batata, mas tivemos que improvisar com legumes enlatados — na falta do melhor, aceitou‑se o que havia.
Variações Sinónimos
- Quem não tem trigo come milho
- A falta de trigo obriga a comer milho
- Na falta do melhor, serve o que há
- A falta de pão, come‑se bolo
Relacionados
- Quem não tem cão, caça com gato
- A falta de pão, boas são as bolachas
- Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Contrapontos
- Pode incentivar conformismo e a aceitação de condições inferiores que deveriam ser melhoradas.
- Nem sempre a alternativa é adequada; em ciência, saúde ou segurança, um substituto pode ser inaceitável.
- Usada repetidamente pode ocultar falta de iniciativa para obter o recurso ideal.
Equivalentes
- Inglês
When there's no wheat, one eats corn (equivalent to 'Beggars can't be choosers' / 'Make do with what's available'). - Espanhol
A falta de pan, buenas son tortas. - Francês
Faute de grives, on mange des merles (literalmente: 'na falta de grives, come‑se mergulha').