Quando o corsário promete missa e cera, por mal anda o galeão.
Advertência para desconfiar de quem, suspeito, faz promessas piedosas ou ostensivas: é sinal de intenções fraudulentas ou perigo iminente.
Versão neutra
Quando alguém de má fama faz promessas piedosas, é sinal de que pode estar a tramar algo ruim.
Faqs
- O que significa «cera» neste provérbio?
«Cera» refere-se à cera usada em velas de igrejas e missas; aqui funciona como símbolo de práticas religiosas exteriores usadas para criar uma aparência de honra ou piedade. - Por que aparece um corsário no provérbio?
O corsário representa alguém com reputação duvidosa (pirata autorizado) que, ao prometer actos religiosos, tenta dissimular más intenções — imagem evocativa da época marítima. - Posso usar este provérbio hoje em dia?
Sim, em sentido figurado para criticar hipocrisia ou promessas suspeitas; tenha em conta o tom arcaico e escolha o registo conforme o público. - É um provérbio ofensivo?
Não é particularmente ofensivo; é uma advertência crítica sobre comportamentos, não um ataque a grupos específicos.
Notas de uso
- Usa-se para alertar contra hipocrisia e promessas de má-fé, sobretudo quando vêm de quem tem má reputação.
- Registo: popular, algo arcaico; mais frequente em textos literários ou em falas jocosas/irónicas.
- Não deve ser tomado literalmente (não se refere necessariamente a corsários históricos).
- Aplicável a contextos variados: política, negócios, relações pessoais, negociações.
Exemplos
- Depois de inúmeras desculpas, quando o fornecedor começou a prometer contrapartidas exageradas, alguém murmurou: “Quando o corsário promete missa e cera…”.
- Na reunião, o candidato começou a jurar devoção ao projecto; o deputado mais velho respondeu: “Quando o corsário promete missa e cera, por mal anda o galeão”, lembrando a equipa para exigir provas.
- Os vizinhos desconfiaram quando o homem que tinha enganado outros veio oferecer-se para organizar a colecta — lembraram-se do provérbio e recuaram.
Variações Sinónimos
- Quando o corsário promete missa (forma reduzida).
- Quando o lobo se veste de cordeiro, desconfia.
- Cuidado com promessas piedosas de quem tem má fama.
- Promessas de ocasião não valem.
Relacionados
- Quem promete demais, entrega de menos (frase proverbial moderna).
- Confia, mas verifica (aforismo sobre prudência).
- Não há almoços grátis (advertência contra benefícios suspeitos).
Contrapontos
- Confia, mas verifica: pode haver promessas sinceras que merecem prova por actos.
- Julga-se pelas acções: quem cumpre ganha credibilidade.
- Nem todas as promessas piedosas são falsas; é prudente pedir garantias.
Equivalentes
- Inglês
Beware of Greeks bearing gifts. - Latim
Timeo Danaos et dona ferentes. - Espanhol
Cuando el lobo se disfraza de cordero, cuidado con sus intenciones.