Quando o doente escapa, foi Deus que o salvou; e, quando morre, foi o…

Quando o doente escapa, foi Deus que o salvou; e,  ... Quando o doente escapa, foi Deus que o salvou; e, quando morre, foi o médico que o matou.

Critica a tendência humana de atribuir sucessos a forças superiores e de culpar profissionais quando algo corre mal; aponta um duplo padrão na atribuição de mérito e culpa.

Versão neutra

Quando corre bem, atribuem a mérito externo; quando corre mal, culpam o profissional responsável.

Faqs

  • Qual é a ideia central deste provérbio?
    Denunciar a tendência de atribuir sucessos a forças externas (por exemplo, Deus ou sorte) e de responsabilizar alguém (por ex., o médico) pelos insucessos, evidenciando um duplo critério de avaliação.
  • É ofensivo usar este provérbio em contexto médico?
    Pode ser se usado para desacreditar profissionais sem análise factual. É apropriado para crítica social ou irónica, mas deve evitar‑se quando se pretende uma avaliação séria de um caso clínico.
  • Tem uma origem conhecida?
    Não há registo de origem formal ou autor conhecido; trata‑se de um dito popular que circula em várias línguas com fórmulas semelhantes.
  • Quando é adequado empregar esta expressão?
    Quando se quer chamar a atenção para injustiças na atribuição de mérito e culpa, normalmente em tom crítico ou satírico. Evitar em situações de luto ou debate técnico sem provas.

Notas de uso

  • Usa‑se com tom crítico ou irónico quando se quer apontar injustiça na atribuição de crédito e culpa.
  • Aplicável fora do contexto médico: serve para situações em que se enaltece a sorte ou forças externas quando há sucesso e se procura um bode expiatório quando há fracasso.
  • Pode ferir profissionais de saúde se usado de forma leviana; convém contextualizar e evitar generalizações.
  • Útil em debates sobre responsabilidade, comunicação de risco e confiança nas instituições.

Exemplos

  • Depois da alta sem complicações, toda a família dizia que foi um milagre; quando surgiram problemas, passaram logo a culpar o médico. É o que se diz: 'quando o doente escapa, foi Deus que o salvou; e, quando morre, foi o médico que o matou.'
  • Numa reunião sobre o projecto, quando os resultados foram positivos falaram em sorte; com prejuízos, procuraram um responsável. A expressão encaixa bem: atribuem mérito ao acaso e culpa ao executor.
  • No jornal local escreveram que, após uma operação bem‑sucedida, 'foi um milagre'; quando houve complicações, bastaram críticas ao cirurgião. O provérbio descreve exactamente essa atitude.

Variações Sinónimos

  • Se o paciente melhora, é obra de Deus; se morre, é culpa do médico.
  • Quando corre bem é milagre; quando corre mal é negligência médica.
  • Se dá certo, foi sorte; se dá errado, foi incompetência.

Relacionados

  • A vitória tem muitos pais; a derrota é órfã.
  • Depois da batalha todos são generais.

Contrapontos

  • Resultados clínicos dependem de factores múltiplos: doença, resposta do organismo, equipa, meios e evidência científica — não se explicam por milagres nem reduzem a culpa a um único agente.
  • Atribuir sempre culpa a um profissional pode ignorar responsabilidades sistémicas, erros humanos inevitáveis e limitações de tratamento.
  • Elogiar um resultado apenas como 'milagre' pode desvalorizar o trabalho e a competência da equipa de saúde.
  • Comunicação responsiva e investigação rigorosa são melhores do que procurar um bode expiatório imediato.

Equivalentes

  • English
    If the patient recovers, God saved him; if he dies, the doctor killed him.
  • Español
    Si el paciente se salva, fue obra de Dios; si muere, fue culpa del médico.
  • Français
    Si le malade guérit, c'est Dieu qui l'a sauvé; s'il meurt, c'est la faute du médecin.

Provérbios