Quando o rico corre, é atleta; quando o pobre corre, é ladrão.
Denuncia o duplo padrão social: atos idênticos são avaliados de forma diferente consoante a condição económica.
Versão neutra
A mesma ação é julgada de maneira distinta conforme a posição social do agente.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Expressa a ideia de que a sociedade julga comportamentos idênticos de modo diferente dependendo do estatuto económico de quem os pratica, criticando preconceitos e privilégios. - É um provérbio ofensivo?
Pode ser sensível: denuncia estereótipos e desigualdades, mas também simplifica realidades. Usado sem cuidado, pode reforçar rótulos negativos. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em críticas sociais, ensaios ou debates sobre justiça e desigualdade, especialmente para ilustrar perceções e tratamentos desiguais; evite aplicá‑lo a casos individuais sem contexto. - Tem origem histórica conhecida?
Não há registo de autoria ou data precisa. Circula como provérbio popular e aparece em comentários contemporâneos sobre injustiça social.
Notas de uso
- Usado para criticar injustiças e preconceitos na perceção pública, mediática ou judicial.
- Frequentemente empregado de forma irónica para sublinhar parcialidade de autoridades ou opinião pública.
- Cuidado: pode reproduzir estereótipos se aplicado a pessoas específicas sem evidência.
- Mais comum em análises sociais, debates sobre desigualdade e comentários políticos.
Exemplos
- Depois do incidente, a imprensa retratou o empresário como atleta em fuga, enquanto suspeitou do empregado com a mesma atitude — muitos comentaram: 'Quando o rico corre, é atleta; quando o pobre corre, é ladrão.'
- No debate sobre policiamento, o professor alertou que existe um duplo padrão: em situações idênticas, ricos e pobres são tratados diferentemente.
- Usou o provérbio para criticar a sentença branda contra um político influente, lembrando que as pessoas sem recursos raramente recebem o mesmo benefício.
Variações Sinónimos
- Ao rico tudo é perdoado; ao pobre tudo é suspeito.
- Quando o rico age, é exemplo; quando o pobre age, é crime.
- Duplo padrão: privilegia-se o rico e estigmatiza-se o pobre.
Relacionados
- Quem tem padrinho não morre pagão.
- A justiça é cega. (usada ironicamente em contextos de desigualdade)
- Há leis para ricos e leis para pobres. (dizer popular)
Contrapontos
- Generaliza injustamente: nem todos os ricos escapam à responsabilidade, nem todos os pobres são criminalizados.
- Existem variações institucionais e contextuais: investimento em políticas públicas e fiscalização pode reduzir esse duplo padrão.
- Usar o provérbio sem evidência empírica corre o risco de simplificar problemas complexos de exclusão e criminalização seletiva.
Equivalentes
- inglês
When the rich run, he's an athlete; when the poor run, he's a thief. - espanhol
Cuando corre el rico, es atleta; cuando corre el pobre, es ladrón. - francês
Quand le riche court, c'est un athlète; quand le pauvre court, c'est un voleur.