Quem à mesa alheia come, janta e ceia com fome.

Quem à mesa alheia come, janta e ceia com fome.
 ... Quem à mesa alheia come, janta e ceia com fome.

Quem depende dos outros para o essencial costuma ficar insatisfeito ou desprovido; alerta contra a dependência e a expectativa de ser sempre bem servido.

Versão neutra

Quem come à mesa de outrem acaba por ficar por saciar — não conte sempre com o sustento alheio.

Faqs

  • O provérbio refere‑se apenas à comida?
    Não. Embora use a mesa e a fome como imagem literal, aplica‑se sobretudo ao sentido figurado: dependência financeira, dependência emocional ou expectativas exageradas sobre a generosidade de outrem.
  • É ofensivo usar este provérbio para alguém que pede ajuda?
    Pode ser, se usado de forma acusatória. É mais apropriado em contextos de conselho prático sobre autossuficiência ou quando se discute uma dependência crónica e não por quem procura apoio temporariamente.
  • Como posso usar este provérbio numa conversa quotidiana?
    Use‑o para alertar alguém sobre os riscos de depender sempre dos outros (por exemplo, emprego, finanças ou favores). Combine com sugestões práticas, como poupar, contribuir ou procurar alternativas sustentáveis.
  • Existe origem histórica datada deste provérbio?
    Não há registo histórico preciso; trata‑se de um provérbio de tradição oral presente em várias regiões de língua portuguesa, com variantes locais.

Notas de uso

  • Usa-se tanto no sentido literal (hóspedes que não são bem servidos) como figurado (quem vive à custa de terceiros, financeiramente ou em termos de atenção).
  • Tem tom avisador: aconselha autossuficiência ou prudência ao confiar excessivamente na generosidade alheia.
  • Pode ser usado de forma crítica ou humorística; cuidado para não ofender quem recebe ajuda legítima.
  • Em contextos modernos, aplica-se a relações profissionais, financeiras e pessoais em que alguém depende constantemente de terceiros.

Exemplos

  • Se o João não começar a procurar emprego em vez de depender dos pais, continuaremos a dizer que 'quem à mesa alheia come, janta e ceia com fome'.
  • Na festa nem tinham comida suficiente para todos; percebi que, às vezes, quem é sempre convidado acaba por ficar com fome.
  • Ao aceitar sempre favores sem contribuir, Maria corre o risco de ficar desapontada — bem aplica-se aqui o provérbio.

Variações Sinónimos

  • Quem vai à mesa dos outros volta para casa com fome.
  • Quem vive à conta alheia nunca se farta.
  • Quem come em casa alheia, raramente se sacia.

Relacionados

  • Viver à conta de outrem (expressão)
  • Quem muito pede, pouco recebe (provérbio)
  • Autossuficiência e independência financeira (conceitos)

Contrapontos

  • Nem todos os casos de dependência terminam em privação; há redes de apoio que asseguram bem-estar (família, amigos, instituições).
  • Em contextos culturais onde a hospitalidade é muito forte, hóspedes podem ser bem servidos e confortáveis.
  • O provérbio simplifica situações complexas: pobreza, doença, ou exclusão social não são culpa de quem recebe ajuda.

Equivalentes

  • Inglês
    He who lives on others' bread will still be hungry. (tradução aproximada; não é um provérbio fixo em inglês)
  • Espanhol
    Quien come en casa ajena, cena con hambre. (variação usada no mundo hispânico)
  • Francês
    Qui mange chez autrui finit souvent par avoir faim. (tradução descritiva)

Provérbios