Quem a si mesmo teme, nada mais tem a temer.
Quem tem receio da própria consciência ou das próprias ações protege‑se e, por isso, tem pouco a temer de fatores externos.
Versão neutra
Quem teme a si próprio não tem mais nada a temer.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Refere‑se à ideia de que a vigilância sobre a própria consciência, conduta e falhas pessoais reduz a exposição a perigos externos: quem evita agir mal ou de forma descuidada terá menos motivos de receio. - É um provérbio com origem conhecida?
Não. Trata‑se de um enunciado da sabedoria popular em língua portuguesa; não há autoria ou fonte literária claramente documentada. - Como e quando usar este provérbio?
Use‑o em contextos de conselho moral, ética profissional ou prudência pessoal. Funciona bem em advertências ou elogios pela cautela, mas convém evitar em situações em que o receptor precise de estímulo ou confiança. - Pode ser interpretado de forma negativa?
Sim. Interpretado literalmente, pode sugerir insegurança ou auto‑medo que paralisa. Por isso é útil explicitar o sentido de 'medo' como vigilância e autocontrolo.
Notas de uso
- Usa‑se sobretudo em contextos morais ou de aconselhamento para sublinhar a importância da prudência e da consciência.
- Pode ser empregado tanto para elogiar pessoas com autocontrolo como para advertir quem age sem pensar — o sentido depende do contexto.
- Tomar literalmente como ‘medo de si próprio’ pode conduzir a interpretações erradas; o provérbio refere‑se mais a autocuidado e consciência do que a fobia pessoal.
- Forma de linguagem algo arcaica; em registos muito informais é preferível uma versão modernizada.
Exemplos
- O director explicou ao conselho que, ao rever regularmente os procedimentos e agir com cautela, seguia o princípio de que 'quem a si mesmo teme, nada mais tem a temer'.
- Quando se prepara bem para as provas e admite os seus erros, um estudante aplica na prática a ideia de que quem a si mesmo teme fica menos exposto a surpresas desagradáveis.
- Disse‑lhe: 'Se evitas comportamentos arriscados por respeito à tua consciência, dificilmente outras ameaças te surpreenderão.'
- Numa conversa sobre ética profissional, alguém comentou que a vigilância sobre as próprias acções é a melhor defesa — uma interpretação moderna do provérbio.
Variações Sinónimos
- Quem a si próprio teme, nada tem a temer.
- Quem teme a sua própria consciência, pouco mais tem a recear.
- Quem se guarda, guarda a si.
Relacionados
- Consciência tranquila não teme julgamento.
- Quem semeia ventos colhe tempestades. (sobre consequências das acções)
- Prevenir é melhor do que remediar.
Contrapontos
- O medo excessivo de si próprio pode paralisar a acção e impedir decisões necessárias — a prudência não deve confundir‑se com timidez extrema.
- Ter confiança e coragem também reduz o medo; nem sempre a autocrítica é a melhor defesa contra riscos externos.
- O provérbio não justifica isolamento ou falta de confiança; alguém que teme a si mesmo pode necessitar de apoio, não apenas de cautela.
Equivalentes
- Inglês
He who fears himself has nothing else to fear. (tradução literal; equivalente aproximado em sentido moral) - Espanhol
Quien a sí mismo se teme, nada más teme. (variante literal usada em contextos populares) - Francês
Qui se craint n'a plus rien à craindre. (tradução literal; expressão equivalente possível)