Quem cala, confessa

Quem cala, confessa.
 ... Quem cala, confessa.

Sugere que o silêncio perante uma acusação ou assunto controverso pode ser interpretado como uma admissão de culpa ou de concordância.

Versão neutra

O silêncio pode ser interpretado como admissão ou concordância, mas nem sempre o é.

Faqs

  • O provérbio é sempre verdadeiro?
    Não. Trata-se de uma observação prática sobre perceções sociais: o silêncio pode ser interpretado como admissão, mas há muitas razões legítimas para alguém ficar calado. Não deve substituir prova ou análise contextual.
  • Posso aplicar este provérbio em contexto judicial?
    Com cautela. A maioria dos sistemas jurídicos reconhece o direito ao silêncio e proíbe que o silêncio seja tratado automaticamente como confissão. Consultar um profissional do direito é aconselhável.
  • Qual é a origem histórica do provérbio?
    O provérbio aprofunda uma ideia antiga presente no direito e na retórica: a locução latina 'Qui tacet consentire videtur' expressa que o silêncio pode parecer consentimento. A forma portuguesa resultou da transmissão popular desta ideia.

Notas de uso

  • Usado frequentemente em contextos informais para apontar que a falta de negação ou defesa pode levar terceiros a concluir culpa ou acordo.
  • Não é uma regra lógica ou legal absoluta: silêncio pode resultar de medo, estratégia, respeito ou falta de prova.
  • Em contextos jurídicos, o direito ao silêncio existe para evitar que o silêncio seja tratado automaticamente como confissão; daí a necessidade de cautela ao aplicar o provérbio.
  • Pode funcionar como recurso retórico para pressionar alguém a falar, ou como crítica quando se interpreta injustamente a ausência de resposta.

Exemplos

  • Na reunião, ninguém contradisse a versão apresentada, e alguns comentaram: 'Quem cala, confessa', assumindo que havia culpa partilhada.
  • O advogado lembrou ao seu cliente que, apesar do provérbio 'quem cala, confessa', ele tinha o direito ao silêncio e que não devia falar contra si próprio sem orientação.
  • Depois do escândalo, a falta de explicações por parte da direção levou os jornais a usar o provérbio para insinuar cumplicidade.

Variações Sinónimos

  • Quem cala consente.
  • O silêncio vale por uma confissão.
  • Quem nada diz, consente.

Relacionados

  • Falar é prata, calar é ouro (oposição que valoriza o silêncio)
  • Em boca fechada não entra mosca (valora a prudência do silêncio)

Contrapontos

  • Direito ao silêncio: juridicamente, o silêncio não deve ser automaticamente interpretado como confissão.
  • Silêncio estratégico: testemunhas ou acusados podem permanecer em silêncio por aconselhamento legal, medo ou tática processual.
  • Diferenças culturais: em certas culturas o silêncio não indica culpa, mas respeito ou evitar confronto.
  • Falácia lógica: assumir culpa apenas porque alguém não responde é um argumento falacioso sem prova adicional.

Equivalentes

  • Latim
    Qui tacet consentire videtur.
  • Espanhol
    El que calla otorga.
  • Inglês
    Silence implies guilt / Silence gives consent.
  • Francês
    Qui ne dit mot consent.