Quem deve a Deus, paga ao diabo

Quem deve a Deus, paga ao diabo.
 ... Quem deve a Deus, paga ao diabo.

Adiar ou transferir uma obrigação, ou recorrer a meios ilícitos para a resolver, pode levar a consequências piores ou a ter de pagar a terceiros menos favoráveis.

Versão neutra

Deixar uma dívida por resolver ou resolver um problema com soluções duvidosas pode trazer consequências piores.

Faqs

  • O provérbio tem origem religiosa?
    Embora use referências religiosas (Deus e diabo), o provérbio é sobretudo uma metáfora popular sobre consequências práticas de dívidas e más escolhas, não uma afirmação teológica.
  • Quando é adequado usar este provérbio?
    Quando se quer advertir sobre o risco de adiar obrigações, recorrer a soluções ilícitas ou permitir que terceiros explorem uma situação vulnerável.
  • Pode ser ofensivo usá‑lo?
    Em contextos sensíveis ou formais, as referências religiosas podem causar desconforto; nesse caso, prefira uma versão neutra ou uma explicação direta.
  • Existe uma lição prática associada?
    Sim: resolver obrigações em devido tempo, procurar soluções legais e honestas e evitar empréstimos ou acordos com agentes exploradores.

Notas de uso

  • Usa‑se tanto em contexto literal (dívidas financeiras) como metafórico (obrigações morais, favores, responsabilidades).
  • Expressa advertência contra a procrastinação, o endividamento e a procura de soluções arriscadas ou ilegais.
  • Pode ser empregue com tom de ironia ou de condenação moral, dependendo do contexto.
  • Não deve ser tomado como um enunciado teológico; é sobretudo um dito de sabedoria popular sobre consequências práticas.

Exemplos

  • O banco recusa‑lhes mais crédito e foram forçados a aceitar um agiota; quem deve a Deus, paga ao diabo — deviam ter tratado das contas a tempo.
  • Na política, quem adia as reformas e aceita negociatas temporárias acaba por pagar um preço alto: quem deve a Deus, paga ao diabo.

Variações Sinónimos

  • Quien debe a Dios, paga al diablo (espanhol).
  • Quem deve a Deus paga a Satanás (variante enfática).
  • Quem muito deve, pouco tem (próxima em espírito sobre o risco do endividamento).

Relacionados

  • Mais vale um gosto a tempo do que dois depois (sobre oportunidade).
  • Quem tudo quer, tudo perde (sobre escolhas e consequências).
  • Quem compra por barato, compra duas vezes (sobre custo real de más decisões).

Contrapontos

  • O provérbio simplifica causas complexas: nem sempre recorrer a terceiros é pior; em alguns casos a mediação justa resolve problemas.
  • Pode promover cinismo ou justificação para comportamentos imorais (por exemplo, aceitar práticas ilegais porque «não há alternativa»).
  • Uso literal com termos religiosos pode ofender convicções; é preferível empregar variantes neutras em contextos formais.

Equivalentes

  • Inglês
    He who owes to God, pays the devil (tradução literal; expressão não muito usada em inglês corrente).
  • Espanhol
    Quien debe a Dios, paga al diablo.
  • Francês
    Qui doit à Dieu, paie au diable (tradução literal; usado raramente).
  • Italiano
    Chi deve a Dio, paga al diavolo (tradução literal; presente em variantes regionais).
  • Alemão
    Wer Gott etwas schuldet, zahlt dem Teufel (tradução literal; não um provérbio muito corrente em alemão).