Quem está com fome, não escuta conselhos.
Quando alguém tem necessidade urgente (literal ou figurada), tende a ignorar recomendações ou raciocínios que não resolvem imediatamente o problema.
Versão neutra
Quem tem fome não ouve conselhos.
Faqs
- Quando se pode usar este provérbio?
Usa-se para explicar por que alguém em situação de necessidade age impulsivamente ou rejeita recomendações que não resolvem a urgência. É mais adequado em contextos informais. - O provérbio justifica más decisões?
Não necessariamente. Descreve uma tendência humana, mas não isenta a responsabilidade; serve mais para compreender motivações do que para justificar comportamentos prejudiciais. - Aplica-se só à fome física?
Não. É frequentemente usado de forma figurada para qualquer necessidade urgente (financeira, emocional, profissional) que reduz a capacidade de ouvir conselhos de longo prazo.
Notas de uso
- Registo: coloquial; usado em conversas informais e comentários sobre comportamento sob pressão ou necessidade.
- Aplicação: aplica-se tanto à fome física como a necessidades urgentes (falta de dinheiro, pressa, necessidade emocional).
- Função: explica ou justifica decisões precipitadas, impulsivas ou guiadas pela urgência em vez da razão.
- Cuidado: não deve ser usado para desvalorizar problemas estruturais (ex.: pobreza) nem para justificar abusos; é uma observação comportamental, não um argumento moral.
Exemplos
- Quando perdeu o emprego e aceitou a primeira proposta mal paga, o tio disse: «quem está com fome, não escuta conselhos» — referia-se à pressa de garantir rendimento imediato.
- A equipa rejeitou o plano de risco mais seguro porque precisava de resultados rápidos; o treinador comentou: 'quem está com fome, não escuta conselhos', explicando a urgência que os guiou.
Variações Sinónimos
- Quem tem fome não ouve conselho.
- Fome não escuta conselho.
- A fome é má conselheira.
- A necessidade não ouve conselhos.
Relacionados
- A fome é má conselheira
- A necessidade aguça o engenho
- Quem tudo quer, tudo perde (quando a pressa leva a erros)
Contrapontos
- Nem sempre a urgência impede ouvir conselhos — em contextos organizados, recomendações práticas podem ser essenciais e bem recebidas.
- Usar o provérbio para desculpar decisões irresponsáveis ou para desvalorizar causas de necessidade (ex.: pobreza) é problemático.
- Em algumas situações, a pressão pode tornar as pessoas mais receptivas a soluções imediatas e concretas; o efeito não é universal.
Equivalentes
- es
Quien tiene hambre no escucha consejos. - en
He who is hungry will not listen to advice. - fr
Quand on a faim, on n'écoute pas les conseils. - de
Wer Hunger hat, hört keine Ratschläge.