Quem manda é a cabeça, mas que a leva para onde quer é o pescoço.
Diz que a decisão ou autoridade (a 'cabeça') existe, mas a sua execução ou direcção concreta depende de outro elemento (o 'pescoço'); realça a diferença entre mandar/decidir e agir/ser conduzido.
Versão neutra
A cabeça toma decisões, mas quem as dirige na prática é o pescoço.
Faqs
- O que significa este provérbio de forma simples?
Significa que decidir e mandar são coisas diferentes de executar ou de impor a direcção concreta; quem decide não controla necessariamente o resultado prático. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer destacar a diferença entre autoridade formal e capacidade de fazer acontecer algo — em conversas sobre gestão, política ou relações de poder, muitas vezes com ironia. - É ofensivo ou sensível usar‑lo?
Normalmente não; é uma metáfora corporal comum. Deve‑se contudo evitar num contexto em que se banalize responsabilidade ou se legitime transferir culpas injustamente.
Notas de uso
- Usa‑se em contextos informais para distinguir autoridade formal e capacidade prática de impor ou executar decisões.
- Tom irónico ou crítico: pode sublinhar que quem manda não tem controlo total sobre o resultado.
- Adequado para discussões sobre liderança, relações de poder ou dinâmica entre teorias e prática.
- Evitar uso literal em contextos médicos; é uma metáfora corporal.
Exemplos
- No comité, o presidente decide a estratégia, mas quem a implementa e a guia no terreno são os chefes de equipa — quem manda é a cabeça, mas quem a leva onde quer é o pescoço.
- Podes dar ordens, mas sem quem as execute elas ficam no papel; é o caso típico: a cabeça manda, mas o pescoço é que leva.
- Quando o dono da empresa impôs a mudança, percebeu que sozinho não bastava; os gestores operacionais é que a fizeram acontecer — quem manda é a cabeça, mas quem a leva para onde quer é o pescoço.
Variações Sinónimos
- Quem decide não é necessariamente quem executa.
- A autoridade existe, mas a execução é de outro.
- Quem pensa manda, quem move decide o caminho.
Relacionados
- Quem tem boca vai a Roma. (sobre iniciativa prática)
- Não é o papel que faz o homem, é o homem que faz o papel. (sobre diferença entre título e acção)
- De palavras não se enche o saco. (sobre necessidade de execução)
Contrapontos
- Leitura literal moderna (neurociência): decisões e acções resultam de interacção complexa entre cérebro, tronco cerebral e corpo, não de um comando único.
- Em organizações horizontais, a separação entre 'quem manda' e 'quem executa' é menos clara; a frase pode não encaixar em equipas colaborativas.
- O provérbio pode ser usado para desculpar falta de responsabilidade de quem toma decisões, desviando a culpa para os executantes.
Equivalentes
- inglês
The head gives orders, but the neck is the one that takes it where it wants. - espanhol
La cabeza manda, pero quien la lleva es el cuello. - francês
La tête commande, mais c'est le cou qui la conduit.