Quem não deve não teme.
Afirma que quem é inocente não tem motivos para receio perante acusações ou investigações.
Versão neutra
Se não fizeste nada de errado, não tens de recear investigações ou acusações.
Faqs
- O que significa exatamente 'Quem não deve não teme'?
Significa que alguém que não cometeu qualquer transgressão ou acto censurável não tem motivo para receio quando sujeito a investigação ou acusação. - É um argumento válido para questões de privacidade e vigilância?
Não é totalmente válido: a privacidade é um direito que não depende da culpa. Além disso, a vigilância pode afetar inocentes e ser usada de forma abusiva. - Quando é inapropriado usar este provérbio?
Quando desvaloriza medos reais, ignora riscos institucionais (ex.: erro policial, discriminação) ou tenta silenciar vítimas e testemunhas.
Notas de uso
- Usado para defender-se de suspeitas ou justificar transparência.
- Empregado tanto em registos informais como em contextos formais (discussões, redes sociais, tribunais), com tom confiante.
- Pode funcionar como argumento retórico para deslocar a atenção para o suposto culpado.
- Não garante proteção legal ou prática — inocência não impede erro judicial, suspeitas indevidas ou consequências administrativas.
- Em debates sobre privacidade, é usado para minimizar preocupações, mas o argumento ignora o valor da privacidade em si.
- Pode soar arrogante ou insensível quando usado para desvalorizar preocupações legítimas de terceiros.
Exemplos
- Quando os colegas começaram a falar sobre uma auditoria interna, ele disse: 'Quem não deve não teme' e apresentou todos os documentos.
- Foi acusado de algo que não cometeu; a sua resposta às perguntas da imprensa foi calma: 'Quem não deve não teme'.
- Num debate sobre vigilância, alguém argumentou que 'quem não deve não teme', enquanto outros responderam que a privacidade é um direito independente da culpa.
Variações Sinónimos
- Quem nada deve, nada teme.
- Quem não tem culpa, não tem medo.
- Quem não faz mal, não teme castigo.
Relacionados
- A verdade vem sempre ao de cima.
- Não há fumo sem fogo (usado de modo oposto para sugerir suspeita).
- A boca que conta um segredo o estraga (sobre exposição)
Contrapontos
- Inocência não impede erro judicial, perseguição ou consequências administrativas: mesmo quem não deve pode temer.
- O provérbio pode ser usado para desvalorizar preocupações legítimas sobre privacidade e abuso de poder.
- Medo pode derivar de fatores não relacionados à culpa — trauma, insegurança, ameaças — pelo que o aforismo é simplificador.
Equivalentes
- Inglês
He who has nothing to hide has nothing to fear. - Espanhol
El que nada debe, nada teme. - Francês
Qui n'a rien à se reprocher n'a rien à craindre. - Alemão
Wer nichts zu verbergen hat, hat nichts zu befürchten.