Quem não tem farinha, escusa peneira.
Não vale a pena preparar ferramentas ou exigir resultados quando faltam os recursos essenciais; adverte contra a ostentação sem substância.
Versão neutra
Não faz sentido preparar instrumentos quando faltam os recursos fundamentais.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Usa‑o para advertir alguém que exige ou prepara algo sem ter os meios essenciais; é adequado para conversas informais e para ressalvar falta de recursos concretos. - É um provérbio ofensivo?
Depende do tom e do contexto. Pode ser interpretado como pragmático, mas se dito em tom de reproche pode soar condescendente ou humilhante. - Significa que nunca se deve planear sem recursos?
Não necessariamente. O provérbio sublinha a inutilidade de certas preparações sem os meios mínimos, mas não invalida o planeamento ou a busca de soluções criativas. - Qual é a origem deste provérbio?
A origem específica não é conhecida; trata‑se de um ditado popular que circula no português de tradição oral, especialmente em contextos rurais.
Notas de uso
- Usa-se para lembrar alguém que não tem condições de exigir ou realizar algo sem os meios necessários.
- Tom geralmente corretivo ou pragmático; pode soar condescendente se dito em contexto de crítica.
- Registo coloquial e muito usado em contextos familiares e comunitários, especialmente em áreas rurais.
- Não se aplica quando a intenção é planear ou preparar antecipadamente apesar da falta temporária de recursos.
Exemplos
- Quer abrir uma padaria e estava a falar em comprar uma peneira especial; sem capital para a farinha, quem não tem farinha, escusa peneira.
- O grupo queria apresentar um relatório completo, mas sem dados suficientes; o coordenador lembrou: quem não tem farinha, escusa peneira — primeiro juntam-se os elementos essenciais.
- Se não tens experiência na área, não te ponhas a dar aulas especializadas; quem não tem farinha, escusa peneira.
Variações Sinónimos
- Sem matéria‑prima não há obra
- Não se faz o que não se pode
- Não adianta alardear ferramentas sem ter o produto
Relacionados
- Não se tira água de uma pedra
- Quem muito quer, tudo perde
- Não se pode começar pelo fim
Contrapontos
- Planeamento e preparação antecipada podem ser úteis mesmo quando faltam recursos imediatos — por vezes quem começa a preparar arranja depois os meios.
- A expressão pode desencorajar iniciativa ou criatividade: em situações de escassez, improvisação e engenho podem suprir a falta de meios.
- Nem sempre a ausência de um recurso impede a ação; colaborar ou pedir emprestado pode tornar plausível o que parece impossível.
Equivalentes
- inglês
If you haven't got flour, don't bother with a sieve. (tradução literal) / Don't bite off more than you can chew. (equivalente de sentido) - espanhol
Quien no tiene harina, no necesita criba. / No pidas peras al olmo. (equivalente de sentido)