Quem não tem vergonha da palavra, não a tem da pancada.
É um provérbio que sugere que quem fala sem pudor ou sem respeito também não teme as consequências físicas ou as represálias; relaciona a falta de vergonha na fala com a disposição para suportar ou praticar violência.
Versão neutra
Quem não se envergonha das palavras também não teme as consequências.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa, de forma geral, que quem fala de modo desavergonhado ou provocador não teme as consequências, que podem ser repreensões, confrontos ou até violência. É uma advertência sobre o efeito das palavras. - Posso usar este provérbio hoje em dia?
Sim, mas com cuidado. Em contextos informais pode transmitir a ideia de que palavras descuidadas provocam reacções; em contextos formais ou sensíveis deve‑se evitar a conotação de justificação de violência. - O provérbio justifica agressão física?
Não deveria. Embora o provérbio relacione fala e pancada, interpretações modernas recomendam tratar consequências de forma não violenta (diálogo, medidas legais, mediação).
Notas de uso
- Uso tradicional em contextos coloquiais e rurais para repreender alguém por falar de forma desavergonhada ou provocadora.
- Pode servir como advertência: palavras descuidadas podem atrair reações duras (verbais ou físicas).
- Tem um tom moralizador e pode justificar, em termos culturais antigos, a imposição de castigos; é sensível em contextos modernos que rejeitam a violência.
- Evitar usar literalmente para defender agressão física; preferir leitura figurada (consequências, confrontos) em ambientes formais.
Exemplos
- Quando ela começou a insultar o vizinho à janela, o pai murmurou: «Quem não tem vergonha da palavra, não a tem da pancada» — um aviso para moderar as palavras antes que a situação se agrave.
- No debate, o moderador usou a versão neutra do provérbio para lembrar aos intervenientes que palavras ofensivas podem ter consequências legais e sociais.
Variações Sinónimos
- Quem não tem vergonha em falar, não tem vergonha em agir.
- Quem não se envergonha das palavras, não se envergonha das ações.
- Quem fala sem pudor, arrisca-se às consequências.
Relacionados
- A palavra é de prata, o silêncio é de ouro (contraste entre falar e calar-se).
- Falar é fácil, fazer é que é difícil (diferença entre discurso e acto).
- Cuidado com as palavras (conselho preventivo)
Contrapontos
- A interpretação literal pode legitimar a violência física; normas contemporâneas rejeitam essa leitura.
- Nem todas as pessoas que falam sem vergonha praticam ou aceitam violência — a relação não é automática.
- Hoje prefere‑se enfatizar responsabilização civil ou social pelas palavras, não a punição corporal.
Equivalentes
- English
He who is shameless in words is not ashamed of a beating. (literal paraphrase; não é um provérbio idiomático comum em inglês) - Español
Quien no se avergüenza de las palabras, no se avergüenza del golpe. (tradução literal; não muito usado como provérbio) - Français
Qui n'a pas honte des paroles n'aura pas honte du coup. (paráfrase literal) - Deutsch
Wer sich für seine Worte nicht schämt, schämt sich auch nicht vor dem Schlag. (paraphrase)