Quem o inimigo poupa, nas mãos lhe morre.
Advertência de que a clemência para com um adversário pode permitir que esse adversário nos cause dano no futuro.
Versão neutra
Quem poupa um inimigo corre o risco de ser prejudicado por ele no futuro.
Faqs
- O provérbio incentiva a vingança?
Não necessariamente. É sobretudo um aviso estratégico: alerta para os riscos de ser demasiado indulgente com alguém que possa causar dano no futuro. Não obriga a actuações violentas ou ilegais. - Em que contextos é mais usado?
Em contextos de conflito, negócios, política ou qualquer situação competitiva onde a confiança num adversário seja limitada e as consequências de ser 'lento' possam ser graves. - Pode ser aplicado em situações pessoais, como relacionamentos?
Sim, mas com cautela: nas relações pessoais, a prioridade pode ser a reconciliação e a empatia. O provérbio é mais útil quando há padrões repetidos de dano ou traição.
Notas de uso
- Usa-se como aviso ou conselho, sobretudo em contextos de conflito, competição ou negociação.
- Tom: geralmente prudente e conservador; pode soar cauteloso ou até pouco conciliador.
- Registo: popular e proverbial; adequado em fala informal e escrita opinativa, menos apropriado em contextos que exijam promoção explícita da violência.
- Interpretação: pode ser usada literalmente (perigo físico) ou metaforicamente (prejuízo económico, político ou moral).
- Aviso crítico: não justifica automaticamente ações ilegais ou cruéis; reflecte uma estratégia preventiva.
Exemplos
- Na reunião, sugeri não revelar todas as nossas cartas: quem poupa um inimigo pode ser surpreendido mais tarde.
- Ao lidar com aquele fornecedor, lembrei-me do provérbio — poupá‑lo acabou por nos causar prejuízos maiores.
- Num conflito político, alguns argumentaram por clemência; outros responderam que quem poupa o inimigo arrisca sérias consequências.
Variações Sinónimos
- Quem poupa o inimigo, mais tarde se arrepende.
- Quem perdoa um inimigo, arrisca-se a ser traído.
- Melhor prevenir do que poupar um adversário.
Relacionados
- Quem brinca com fogo acaba queimado.
- Quem semeia ventos colhe tempestades.
- Mais vale prevenir do que remediar.
Contrapontos
- Perdoar pode promover reconciliação e evitar um ciclo de violência.
- A clemência, em certos contextos, transforma inimigos em aliados e reduz custos a longo prazo.
- Decidir entre prudência e perdão depende do contexto, das intenções do adversário e das consequências esperadas.
Equivalentes
- Inglês
He who spares an enemy may later be harmed by him. - Espanhol
Quien perdona a un enemigo puede sufrir después por ello. - Francês
Qui épargne un ennemi risque d'être blessé par lui plus tard.