Quem pede emprestado, umas vezes se faz ruivo, outras descorado.
Alerta que quem pede emprestado muda de comportamento conforme a circunstância: ora é confiante ou persuasivo, ora fica envergonhado ou aflito quando chega a dívida.
Versão neutra
Quem pede emprestado ora mostra confiança, ora fica envergonhado.
Faqs
- O que significa este provérbio em poucas palavras?
Significa que quem recorre a empréstimos mostra comportamentos contraditórios: pode agir com desenvoltura ou confiança ao pedir, mas depois fica envergonhado ou aflito quando não consegue cumprir a dívida. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para comentar uma mudança de postura de alguém que pediu dinheiro ou favores — especialmente quando se observa orgulho ao pedir e vergonha ao não pagar. - Tem origem conhecida ou autor atribuído?
É um provérbio popular de transmissão oral; não tem autor conhecido nem origem documentada clara. - É ofensivo ou sensível de usar?
Normalmente não é ofensivo, mas tem tom moralizador. Evite-o em situações em que a pessoa está a passar por dificuldades económicas graves, pois pode envergonhá-la.
Notas de uso
- Usa-se para comentar o comportamento ambíguo ou inconsistente de quem recorre a empréstimos.
- Aplica-se como advertência sobre os riscos sociais e psicológicos de dever dinheiro — pode gerar orgulho momentâneo e depois vergonha.
- Emprega-se em contextos informais e familiares; tem tom moralizador e popular.
- Palavras como «ruivo» e «descorado» referem-se a mudanças de cor/rosto (vermelhidão e palidez) que simbolizam emoções diferentes.
Exemplos
- Quando lhe pediram dinheiro, falou alto e seguro — depois, quando não conseguiu pagar, andava desviado e descorado; quem pede emprestado, umas vezes se faz ruivo, outras descorado.
- O patrão lembrou-lhe o empréstimo: a conversa passou de risonha a constrangida. Este provérbio ilustra bem essa oscilação de quem deve dinheiro.
- Numa reunião, ele pedira ajuda com grande desenvoltura; passado um mês, evitava os credores e estava pálido — é a prova prática do ditado.
Variações Sinónimos
- Quem pede emprestado ora tem cor, ora perde-a.
- Quem empresta vive em dúvida; quem pede vive em vergonha.
- Quem vai a pedir, vai a envergonhar-se.
Relacionados
- Quem empresta perde, quem pede chora (proverbial, sobre consequências de empréstimos)
- Quem tudo quer, tudo perde (advertência sobre ambição e risco)
- "Neither a borrower nor a lender be" (versão inglesa relacionada no sentido de evitar empréstimos)
Contrapontos
- O crédito, quando bem gerido (contratos claros, prazos e garantias), pode ser uma ferramenta útil para investimento e crescimento.
- Existem situações em que pedir emprestado é necessário e socialmente aceitável (ex.: emergências, educação, investimento produtivo); a prudência financeira reduz o risco de vergonha.
- A estigmatização do devedor pode ignorar causas estruturais da dívida, como pobreza ou falta de acesso a crédito justo.
Equivalentes
- Inglês
"He that goes a-borrowing, goes a-sorrowing." / "Neither a borrower nor a lender be." - Espanhol
"Quien pide prestado, a veces se muestra valiente y a veces avergonzado." (tradução aproximada e equivalente de sentido) - Francês
«Qui emprunte, parfois est fier, parfois honteux.» (tradução aproximada que transmite a mesma ideia)