Ironiza a pretensão de ser virtuoso sem renúncia; sugere que a verdadeira bondade exige sacrifício (frequentemente usado com tom sarcástico).
Versão neutra
Quem pretender ser verdadeiramente bom terá de estar disposto a renunciar a algo (usado figuradamente).
Faqs
O provérbio deve ser tomado literalmente? Não. Na maior parte dos usos trata‑se de hipérbole ou ironia para criticar a hipocrisia ou enfatizar que a bondade exige renúncia. Não é um apelo à morte literal.
Quando é apropriado usá‑lo? Quando se pretende pôr em causa pretensões morais não comprovadas, ou para sublinhar que palavras de virtude têm de ser confirmadas por ações; deve‑se ter cuidado com o tom para não ofender.
Tem raízes religiosas? Poderá conter ecores de ideias religiosas sobre martírio e renúncia, mas o provérbio é de uso popular e não está ligado a um texto religioso específico.
Notas de uso
Geralmente usado de forma irónica para censurar quem proclama virtudes mas não as pratica.
Também pode sublinhar a ideia religiosa/classical de que a santidade ou bondade extremas implicam renúncia ou martírio.
Não é um conselho literal — raramente pretende incitar à morte, mas sim criticar a hipocrisia ou exagerar a exigência de virtude.
Tom e contexto determinam se a frase é humorística, sarcástica ou séria; em debates morais tende a ser polémica.
Exemplos
Depois de tantos elogios só depois do escândalo, disse‑lhe: «Quem quiser ser bom, morra primeiro» — referindo‑se à hipocrisia do político.
Quando a avó falou de sacrifício pessoal e do dever, o neto respondeu com ironia: «Quem quiser ser bom, morra primeiro», para criticar palavras vazias.
Num debate sobre filantropia de fachada, alguém ironizou: «Aplaudem‑se donativos depois de feitos; quem quiser ser bom, morra primeiro», querendo dizer que a reputação não equivale à virtude.
Variações Sinónimos
Quem quer ser bom, que morra primeiro.
Para seres bom, primeiro morre (figuradamente).
Só depois de morto se diz que alguém foi bom. (variação crítica)
Relacionados
Falar é fácil, fazer é que são elas.
Ações valem mais que palavras.
Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje. (no sentido de não adiar a prática da virtude)
Contrapontos
Pode promover uma visão fatalista ou extremista da ética: ser bom não exige literalmente morrer nem sacrificar toda a vida.
Muitos modelos éticos contemporâneos defendem a prática contínua de virtudes no quotidiano sem necessidade de martírio.
Usada fora de contexto, pode silenciar esforços genuínos de melhoria pessoal ao ridicularizá‑los.
Equivalentes
español Quien quiera ser bueno, que muera primero.