Quem quiser viver seguro, há de ser surdo, cego e mudo.
Ironiza a impossibilidade de eliminar todos os riscos: viver absolutamente seguro exigiria renunciar a ver, ouvir e falar — ou seja, renunciar à vida ativa.
Versão neutra
Para viver sem qualquer risco seria necessário não ver, não ouvir nem falar.
Faqs
- Qual é a mensagem principal deste provérbio?
Que é impossível eliminar todos os riscos sem renunciar a aspectos essenciais da vida — ver, ouvir e falar — e que alguma dose de risco é inevitável se se quiser viver activamente. - É ofensivo usar este provérbio?
A expressão recorre a termos relativos a deficiências (surdo, cego, mudo) e pode ser considerada insensível em contextos onde se discute deficiência ou inclusão. Recomenda‑se prudência e, quando apropriado, optar por formulações neutras. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais ou textos de opinião para criticar excessiva cautela ou sublinhar a inevitabilidade do risco. Evitar em contextos formais ou sensíveis sem contextualização.
Notas de uso
- Empregado frequentemente de forma irónica para criticar uma cautela excessiva ou a tentativa de evitar todo o risco.
- Registo coloquial; comum em conversas e textos de opinião, menos usado em contextos formais sem explicação.
- Pode ser citado para justificar a aceitação de algum risco calculado em actividades sociais, profissionais ou criativas.
- Há que ter cuidado com o seu uso num contexto sensível: a formulação recorre a termos relativos a deficiências e pode ser considerada insensível ou estigmatizante.
Exemplos
- Quando a família lhe aconselhou a não viajar por causa da tempestade, ele respondeu: «Quem quiser viver seguro, há de ser surdo, cego e mudo», e explicou que algumas coisas valem o risco.
- No debate sobre inovação, a directora citou o provérbio para lembrar que a aversão completa ao risco paraliza a organização.
Variações Sinónimos
- Quem quiser viver sempre seguro que não faça nada.
- Para não errar nunca, não se deve fazer coisa alguma.
- Quem quer viver sem risco, que se mantenha encerrado.
Relacionados
- Quem não arrisca não petisca.
- Mais vale prevenir do que remediar.
- Quem cala consente.
Contrapontos
- Mais vale prevenir do que remediar (defende cautela e prevenção).
- A prudência é a mãe da segurança (valorização da precaução razoável).
- Quem cala consente — lembra a obrigação moral de falar perante injustiças.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal)
He who wants to live safely must be deaf, blind and mute. - Inglês (equivalente de sentido)
You can't avoid all risks if you want to live fully. (Nothing ventured, nothing gained) - Espanhol (tradução literal)
Quien quiera vivir seguro debe ser sordo, ciego y mudo.