Quem tem burro e anda a pé, ainda mais burro é.
Critica quem dispõe de um meio ou vantagem e, mesmo assim, não o utiliza — considerado comportamento tolo ou desperdício.
Versão neutra
Quem tem meios e não os usa, é mais tolo por os desperdiçar.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que é tolo não utilizar um meio, vantagem ou recurso que se tem à disposição; critica o desperdício ou a inércia perante oportunidades óbvias. - Posso usar este provérbio sem ofender alguém?
Depende do contexto. Há um jogo de palavras com 'burro' (animal) e 'burro' (tolo), pelo que pode ser interpretado como insulto. Para menos confrontação, use uma versão neutra como 'Quem tem meios e não os usa, prejudica‑se'. - Qual é a origem desta expressão?
É um provérbio popular de origem rural; não existe autoria conhecida nem registo documental único que permita atribuir origem precisa. - Quando não é apropriado aplicar este provérbio?
Não é apropriado quando a não utilização de um recurso é deliberada, prudente ou justificada por razões práticas (p.ex. conservação, segurança, saúde do animal).
Notas de uso
- Usa‑se em contexto figurado para censurar a não utilização de recursos, capacidades ou vantagens óbvias.
- Também joga com o duplo sentido de 'burro' (animal) e 'burro' (tolo), pelo que pode soar insultuoso se dirigido a uma pessoa.
- Aplicável em contextos práticos (equipamento desaproveitado) e em decisões pessoais/profissionais (não aproveitar oportunidades).
- Nem sempre implica censura: por vezes o não uso é deliberado (prudência, economia, manutenção) — ver contrapontos.
Exemplos
- O Manuel comprou uma bicicleta para ir ao trabalho, mas continua a apanhar o autocarro todos os dias; quem tem burro e anda a pé, ainda mais burro é.
- Tens a licença profissional e não te candidatares a empregos na tua área? Quem tem burro e anda a pé, ainda mais burro é — estás a perder oportunidades.
Variações Sinónimos
- Quem tem burro e vai a pé, é mais burro.
- Quem tem recurso e não o usa, é tolo.
- Ter e não usar é como não ter.
Relacionados
- Quem não tira proveito do que tem, perde a vantagem.
- Ter e não aproveitar é desperdício (dito popular).
Contrapontos
- Guardar um recurso pode ser prudente (ex.: poupar um veículo para quando for realmente necessário).
- Razões práticas podem justificar não usar o que se possui: manutenção, sustentabilidade, condição do animal/equipamento.
- Em alguns casos, não usar algo hoje significa preservá‑lo para um uso mais importante no futuro.
Equivalentes
- Português (variante)
Quem tem burro e vai a pé, mais burro é. - Espanhol
Quien tiene burro y va a pie, más burro es. - Inglês (tradução literal/conceitual)
He who has a donkey and walks is even more foolish / Having means and not using them is foolish. - Francês (tradução literal)
Qui a un âne et marche à pied est encore plus âne.