Quem tem medo, até da sua sombra desconfia
O medo exagerado faz com que a pessoa passe a desconfiar de tudo e de todos, vendo perigo ou ameaça mesmo onde não existem.
Versão neutra
Quem tem demasiado medo desconfia até da própria sombra
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
A origem exata não é conhecida; trata-se de um dito popular que resume uma observação psicológica universal: o medo tende a amplificar perigos percebidos. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Use-o para descrever alguém que age com suspeita sem motivos claros ou para alertar contra permitir que o medo distorça o julgamento. Evite usá-lo para desacreditar absolutamente medos legítimos ou traumas. - Este provérbio incentiva a imprudência?
Não necessariamente. Destaca o problema do medo excessivo e da desconfiança irracional, não rejeita a prudência sensata. Serve antes como aviso para encontrar equilíbrio.
Notas de uso
- Usa-se para criticar ou explicar comportamento excessivamente desconfiado ou ansioso.
- Aplica-se tanto a situações pessoais (trauma, insegurança) como a contextos sociais e políticos (repressão, falta de transparência).
- Não é um elogio à imprudência: distingue-se entre cautela razoável e suspeita infundada causada pelo medo.
- Pode ser usado de forma figurada para alertar alguém a não deixar o receio dominar o julgamento.
Exemplos
- Desde o assalto que sofreu, o João reage com sobressaltos e interpreta cada som como sinal de perigo — quem tem medo, até da sua sombra desconfia.
- Numa empresa onde os trabalhadores têm medo de represálias, até uma sugestão inocente é vista com suspeita; é o efeito de quem tem medo, até da sua sombra desconfia.
- Depois de várias mentiras na relação, a Teresa já nem acredita nas desculpas mais simples — quando se vive com medo, até da própria sombra se desconfia.
Variações Sinónimos
- Quem tem medo vê vultos onde não há nada
- Com medo, até um gato parece leão
- Quem muito teme, tudo desconfia
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar
- Uma vez traído, duas vezes prevenido (Once bitten, twice shy)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre consequências do medo e da desconfiança)
Contrapontos
- Mais vale prevenir do que remediar — defende uma cautela equilibrada em vez de medo paralisante.
- Quem não arrisca não petisca — lembra que receios excessivos podem impedir oportunidades.
Equivalentes
- English
He who is afraid even distrusts his own shadow (literal) / Once bitten, twice shy (related) - Español
Quien tiene miedo, hasta de su sombra desconfía - Français
Qui a peur se méfie même de son ombre