Quem toca o carrilhão, não vai na procissão.
Critica quem faz alarde ou chama a atenção mas não participa nem assume responsabilidades; aplica-se a quem opina ou provoca de fora sem integrar a ação colectiva.
Versão neutra
Quem chama a atenção não participa na comitiva.
Faqs
- O provérbio deve ser tomado literalmente?
Normalmente não. A imagem do carrilhão e da procissão é simbólica; o uso mais comum é figurado para criticar quem chama atenção sem participar. - É uma expressão ofensiva?
Pode ser crítica e soar a reprovação, mas não é obscena. O grau de ofensa depende do contexto e da entoação. - Em que contextos é adequado usar esta expressão?
Em contextos informais para comentar atitudes em política, trabalho, vida comunitária ou social, sobretudo quando se quer apontar hipocrisia ou inércia.
Notas de uso
- Uso figurado: a imagem do carrilhão e da procissão refere‑se a festas religiosas ou civis, mas a expressão é usada em contextos seculares.
- Tom: frequentemente irónica ou crítica; serve para apontar hipocrisia, oportunismo ou passividade perante acusação.
- Registo: informal a coloquial; comum em Portugal regionalmente, mas compreensível em todo o mundo de língua portuguesa.
- Nuance: pode também elogiar a independência de quem não segue a maioria, consoante o contexto e entoação.
Exemplos
- No conselho de administração faz sempre grandes discursos contra os cortes, mas nunca aparece nas reuniões de decisão — quem toca o carrilhão, não vai na procissão.
- Nas festas da aldeia criticou o cortejo e ficou apenas a filmar; muita gente comentou que quem toca o carrilhão, não vai na procissão.
- O deputado acusa os partidos de falta de coragem, mas quando lhe pediram empenho prático recusou‑se a liderar o grupo — é o típico caso de quem toca o carrilhão e não vai na procissão.
Variações Sinónimos
- Quem faz barulho não participa na comitiva.
- Quem chama atenção, não entra na procissão.
- Muito alarde, pouca participação.
Relacionados
- Falar é fácil, fazer é que importa.
- Muito barulho por nada.
- All mouth and no trousers (expressão inglesa equivalente por sentido).
Contrapontos
- Quem não arrisca não petisca.
- Antes participar do que criticar de fora.
- É melhor juntar‑se à ação do que apenas apontar erros.
Equivalentes
- inglês
All bark and no bite / All mouth and no trousers (expressões equivalentes no sentido de muito barulho e pouca ação). - espanhol
Mucho ruido y pocas nueces. - francês
Beaucoup de bruit pour rien.