Quem vê o funcho e não o come, é o diabo, não é home.
Critica, em tom jocoso e hiperbólico, quem recusa algo apetecível (comida, oferta, oportunidade); sugere que tal recusa é antinatural ou indignante.
Versão neutra
Quem vê algo apetecível e não o aproveita, parece estranho; rejeitar algo bom é pouco habitual.
Faqs
- Qual é o significado desta frase?
É um provérbio popular que censura, de forma hiperbólica e jocosa, quem recusa algo apetecível — seja comida ou uma oportunidade. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode ser interpretado como brincadeira entre familiares e amigos, mas em contextos formais ou com desconhecidos pode soar ofensivo; evite quando a recusa tiver motivos legítimos (saúde, religião, etc.). - O que é «funcho» neste contexto?
Funcho refere-se à erva aromática (Foeniculum vulgare) ou, de forma geral, a algo apetecível; aqui funciona como sinónimo de alimento saboroso. - De onde vem o provérbio?
Pertence à tradição popular oral portuguesa; não há fonte documental clara que identifique uma origem precisa.
Notas de uso
- Registo: popular, coloquial e regional; frequentemente ouvido em zonas rurais de Portugal.
- Tom: habitualmente humorístico ou censurador; a referência ao «diabo» é hiperbólica, não literal.
- Contextos: usado face à recusa de comida, guloseimas ou de uma oportunidade vantajosa; também em tom de provocação entre familiares e amigos.
- Cuidado: pode ser interpretado como insulto se usado de forma agressiva; não deve ser aplicado a pessoas com restrições alimentares, religiosas ou de saúde.
- Forma oral: varia na pronúncia e grafia (por exemplo, ‘home’ vs. ‘homem’), refletindo oralidade regional.
Exemplos
- Quando Luís recusou o prato típico que a avó tinha preparado, ela disse a rir: «Quem vê o funcho e não o come, é o diabo, não é home.»
- Ofereceram-lhe uma promoção de emprego e ele hesitou tanto que a perdeu — os colegas comentaram: «Quem vê o funcho e não o come.»
Variações Sinónimos
- Quem vê o pão e não o come (variação metafórica encontrada em registos orais).
- Ver e não comer é de besta (afirmação coloquial semelhante).
- Quem vê um bom garfo e não come — variação jocosa.
Relacionados
- Quem não arrisca, não petisca (sobre aproveitar oportunidades).
- De grão em grão enche a galinha o papo (sobre aproveitamento de pequenos ganhos).
Contrapontos
- Recusar comida ou oferta pode ser uma escolha legítima: dietas, alergias, crenças religiosas ou ética pessoal justificam a recusa.
- A expressão usa linguagem hiperbólica («diabo») e não deve ser tomada como avaliação moral literal de alguém.
- Em contextos formais ou junto de desconhecidos, a frase pode ser considerada pouco apropriada.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal/explicativa)
He who sees fennel and does not eat it is the devil, not a man. (literal) — roughly: refusing something good is odd or foolish. - Espanhol (tradução literal)
Quien ve el hinojo y no lo come, es el diablo, no es hombre. (tradução direta; expressão de uso popular em algumas zonas) - Equivalente aproximado em inglês
If you see a good opportunity and don't take it, you're being foolish. (não é um provérbio fixo, mas transmite a mesma ideia)