Reino sem porto, chaminé sem fogo.
Denota que um título, lugar ou instituição sem os meios essenciais é inútil ou vulnerável; critica a aparência sem substância.
Versão neutra
Um reino sem porto fica isolado; uma chaminé sem fogo está vazia.
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
Que a existência de um título, lugar ou estrutura carece de valor se não tiver os meios práticos que a tornem funcional — infraestrutura, recursos ou utilidade concreta. - Quando é apropriado usá‑lo?
Quando se quer criticar algo que é apenas aparência, ou apontar a falta de condições essenciais (por exemplo, políticas sem meios, edifícios sem utilidade, instituições sem financiamento). - Tem uma origem histórica conhecida?
Não há referência clara a uma origem específica; trata‑se de sabedoria popular que usa imagens marítimas e domésticas para contrastar presença e funcionalidade. - O provérbio é sempre negativo?
Geralmente tem tom crítico, mas pode ser usado descriptivamente. Existem situações em que a falta de um 'porto' ou 'fogo' é deliberada ou compensada por outras soluções.
Notas de uso
- Usa‑se para sublinhar a importância de infraestruturas, recursos ou condições práticas que tornam algo funcional (por exemplo, comércio, defesa ou habitação).
- Aplica‑se tanto a contextos políticos e económicos (um Estado sem acesso ao mar perde comércio e defesa) como a contextos individuais ou organizacionais (uma instituição sem recursos é ineficaz).
- Tem um tom crítico: frequentemente usado para apontar hipocrisia, vaidade ou títulos desprovidos de conteúdo prático.
Exemplos
- Dizer que temos a melhor universidade do país não chega: é meramente um 'reino sem porto' se não houver laboratórios nem financiamento para investigação.
- A nova sede tem fachada imponente, mas sem pessoal qualificado é como uma 'chaminé sem fogo' — muita aparência e pouca utilidade.
- Na negociação, uma cidade sem porto fica em desvantagem porque não pode receber navios; por isso vimos o provérbio aplicado várias vezes.
Variações Sinónimos
- Reino sem porto, casa sem chama.
- Coroa sem mar, lareira sem lume.
- Tão grande o título quanto a falta de meios.
Relacionados
- Nem tudo o que reluz é ouro (aparência vs realidade).
- Muito barulho por nada (fazer valer aparência sem substância).
- Ter título sem ter meios (expressão descritiva, não proverbio clássico).
Contrapontos
- Nem sempre a falta de um porto ou de fogo implica inutilidade: um reino pode prosperar por vias terrestres e uma chaminé pode ser ornamental ou parte de uma casa bem climatizada por outros meios.
- Em contextos modernos, 'porto' pode ser virtual (infraestruturas digitais): um 'reino sem porto' pode adaptar‑se através de novas ligações, reduzindo a força do provérbio.
- Por vezes o provérbio é usado exageradamente para desvalorizar soluções alternativas ou temporárias.
Equivalentes
- inglês
A kingdom without a port is like a chimney without fire. (Uso literal) / 'All hat and no cattle' (idiomático: aparência sem substância). - espanhol
Reino sin puerto, chimenea sin fuego. (tradução literal) / 'Todo hocico y nada de perro' não é comum; melhor: 'mucho ruido y pocas nueces' como equivalente de aparência sem conteúdo. - francês
Royaume sans port, cheminée sans feu. (tradução literal) / 'Tout en apparence, rien en essence' (equivalente descritivo).