São como os frades no convento: uns fora, outros dentro.
Expressa a existência de dois grupos distintos numa mesma situação: alguns pertencem ao interior do grupo (têm privilégios ou aceitação) e outros ficam excluídos ou afastados.
Versão neutra
Há sempre pessoas que ficam dentro do grupo e outras que ficam de fora.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Significa que, numa dada situação ou grupo, existem pessoas que pertencem ao núcleo (têm acesso, privilégios ou influência) e outras que são excluídas ou mantidas à margem. - Em que situações se usa habitualmente?
Usa‑se para comentar hierarquias informais, favoritismos, decisões de grupo ou cliques sociais — por exemplo em empresas, em contextos políticos locais, clubes ou famílias. - É um provérbio ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ter tom crítico ou sarcástico. Deve evitar‑se quando reforça estereótipos ou justifica exclusões injustas. - Tem origem religiosa por mencionar frades e convento?
A expressão usa a imagem do convento como metáfora visual; isso não implica que a origem seja religiosa — é uma figura da linguagem da tradição oral para ilustrar separação entre dentro e fora.
Notas de uso
- Uso: comum no registo coloquial para comentar exclusão, hierarquias informais ou partições sociais dentro de um grupo.
- Tom: pode ser descritivo, mas frequentemente assume tom crítico ou cínico (aponta favoritismos, cliques ou exclusões).
- Contextos típicos: ambiente de trabalho, política local, clubes, famílias ou qualquer grupo com insiders e outsiders.
- Cautela: ao usar, evita generalizações que reforcem estigmas; o provérbio descreve uma divisão, não justifica-a moralmente.
Exemplos
- Na reunião da direção ficou claro quem decide: são como os frades no convento — uns fora, outros dentro.
- Na festa da empresa, os veteranos reuniam-se à parte; com razão se dizia, em tom crítico, que eram como os frades no convento: uns fora, outros dentro.
Variações Sinónimos
- Uns dentro, outros fora.
- Há os que ficam de fora e os que ficam dentro.
- Os de dentro e os de fora.
Relacionados
- Quem tem padrinho não morre na miséria (sobre a importância de pertença/apoio)
- À mesa onde não mandas come-se pouco (sobre falta de poder para quem está de fora)
- Dentro e fora: distinções sociais informais
Contrapontos
- Ser 'de dentro' não garante competência ou mérito — a expressão pode mascarar clientelismo.
- A divisão entre dentro/fora é frequentemente fluida: quem está fora hoje pode entrar amanhã e vice‑versa.
- Usar o provérbio para justificar exclusões reforça desigualdades; é mais útil como descrição crítica do fenómeno.
Equivalentes
- Inglês
Some are in, some are out (or "there's an in‑crowd and outsiders"). - Espanhol
Unos dentro y otros fuera. - Francês
Il y a ceux qui sont dedans et ceux qui sont dehors.