Se o escorpião visse e a víbora ouvisse, não havia homem que ao campo saísse.
Hipérbole que critica o medo excessivo: se até os perigos imaginários pudessem perceber-nos, ninguém se arriscaria a agir — portanto não se deve deixar o receio impedir a ação.
Versão neutra
Se todas as ameaças hipotéticas fossem reais, ninguém ousaria sair para trabalhar no campo — não devemos deixar o medo imaginário impedir a acção.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Expressa, por comparação hiperbólica, que o medo exagerado de perigos (reais ou imaginários) pode impedir toda acção; serve para criticar quem deixa o receio dominar a decisão. - Quando é apropriado usá‑lo?
Em situações informais para repreender hesitação injustificada ou para encorajar alguém a agir apesar de receios pouco prováveis; evitar em contextos em que a precaução é necessária e sensata. - O provérbio é ofensivo para alguém?
Não contém insultos directos; pode, no entanto, soar condescendente se usado para minimizar medos legítimos de outra pessoa. Use com tacto.
Notas de uso
- Usa‑se para censurar alguém que recusa fazer algo por excesso de precaução ou por receios improváveis.
- É adequado em contexto coloquial e em conversas informais; em registo formal prefira expressões mais neutras sobre excesso de cautela.
- Implica que o risco é inerente a muitas actividades e que algum receio extremo é irracional.
Exemplos
- Quando o grupo discutia se valia a pena investir, o mais pragmático comentou: «Se o escorpião visse e a víbora ouvisse, não havia homem que ao campo saísse», e propuseram avançar com cautela mas sem paralisar.
- Depois do acidente menor, ela recusou participar em qualquer actividade exterior; o amigo murmurou: «Se o escorpião visse e a víbora ouvisse…», para criticar o medo excessivo que a impedia de viver normalmente.
Variações Sinónimos
- Se o escorpião visse, ninguém ia ao campo.
- Se a víbora ouvisse e o escorpião visse, não saía homem para o campo.
- Se todas as ameaças fossem reais, ninguém sairia de casa.
Relacionados
- O medo não enche a barriga.
- Quem não arrisca não petisca.
- Mais vale um gosto que me engane do que um desgosto que acerte.
Contrapontos
- Em certas situações, a precaução extrema é justificável (por exemplo, riscos de saúde pública ou segurança laboral).
- Avaliar riscos e tomar medidas de mitigação não é o mesmo que ser excessivamente receoso; o provérbio critica a paralisia pelo medo, não a prudência informada.
Equivalentes
- Inglês
Literal: 'If the scorpion could see and the viper could hear, there would be no man who would go out to the fields.' Idiomatic: 'Don’t let fear stop you from acting.' - Espanhol
Literal: 'Si el escorpión viera y la víbora oyera, no habría quien saliera al campo.' (equivalente coloquial: 'No dejes que el miedo te paralice').