Afirma que a sorte ou o destino das pessoas corresponde ao merecimento resultante das suas ações ou carácter.
Versão neutra
As circunstâncias de cada pessoa dependem de múltiplos fatores, incluindo escolhas pessoais, oportunidades e azar.
Faqs
Significa que a sorte é sempre consequência do que fazemos? Não necessariamente. O provérbio sugere uma ligação entre ações e resultados, mas, na prática, decisões pessoais, circunstâncias sociais, privilégios e azar também influenciam os resultados.
É adequado usar esta expressão em situações delicadas? Deve ser usado com cautela; pode parecer que se culpa a vítima. Em contextos de sofrimento ou desigualdade, é preferível evitar generalizações que ignorem fatores estruturais.
Quais são provérbios semelhantes? Exemplos próximos são 'Cada um colhe o que semeia' e 'Cada um tem o que merece', que também enfatizam causa e consequência entre acção e resultado.
Notas de uso
Usa‑se para justificar resultados pessoais como consequência de comportamentos passados (mérito, escolhas).
Empregado frequentemente em contextos morais ou pedagógicos para responsabilizar decisões individuais.
Pode ser usado de forma irónica para comentar acontecimentos fortuitos.
A sua utilização pode ser sensível: tende a ignorar fatores estruturais (desigualdade, privilégio) e a culpar pessoas pelas suas circunstâncias.
Exemplos
Depois de tantos sacrifícios no trabalho, disse‑lhe: 'Talvez tenhas a sorte que mereces', referindo‑se à promoção que conseguiu.
Quando o atleta voltou a falhar, o comentador acrescentou irónico: 'Todo mundo tem a sorte que merece', sugerindo que parte do resultado se devia a decisões pessoais.
Dizer a alguém que 'todo mundo tem a sorte que merece' perante dificuldades económicas pode ser interpretado como uma forma de culpabilização.
Variações Sinónimos
Cada um tem a sorte que merece.
Cada um colhe o que semeia.
Cada um tem o que merece.
Relacionados
mérito
responsabilidade pessoal
karma (no uso popular)
determinismo vs livre‑arbítrio
injustiça social
Contrapontos
Ignora desigualdades estruturais: pessoas com mais privilégios tendem a ter «sorte» melhor independentemente do mérito.
Reduz fenómenos complexos (saúde, pobreza, oportunidades) a questões de culpa individual.
Pode servir para justificar inacções perante injustiças ou para estigmatizar os menos afortunados.
Não reconhece o papel do acaso e de fatores externos fora do controlo individual.
Equivalentes
inglês Everyone gets the luck they deserve (literal) / You reap what you sow (semelhante em sentido)