Um homem faminto, comeria até com lobos.
Provérbios Americanos
A necessidade extrema leva alguém a aceitar companhias, acordos ou soluções que normalmente rejeitaria.
Versão neutra
Quando alguém está muito necessitado, aceita companhia ou oportunidades que normalmente recusaria.
Faqs
- Este provérbio é literal ou figurado?
Principalmente figurado. Usa‑se para descrever comportamentos forçados pela necessidade, não para sugerir que alguém coma literalmente com lobos. - Posso usar este provérbio sem ofender alguém em situação de pobreza?
Com cautela. O provérbio descreve um facto social, mas usá‑lo para justificar ou ridicularizar pessoas em privação pode ser insensível. Prefira contextos analíticos ou ilustrativos. - De onde vem exactamente?
Não há fonte escrita clara; trata‑se de expressão de tradição oral presente em várias culturas, o que indica uma origem popular antiga. - Quando é apropriado aplicá‑lo?
Ao comentar concessões forçadas, negociações em situação de fraqueza ou decisões tomadas por falta de alternativas. Evite em contexto médico ou humanitário quando possa humilhar.
Notas de uso
- Usa‑se sobretudo em sentido figurado para descrever situações de privação, pressão ou falta de alternativas.
- Registo: popular e coloquial; pode soar duro se usado para falar de pessoas em situação de vulnerabilidade.
- Evitar usar de forma a culpabilizar ou estigmatizar quem passa por necessidade — o provérbio descreve um facto, não justifica consequências negativas.
- Adequado para comentar negociações, concessões e adaptações forçadas por falta de recursos.
Exemplos
- Depois de meses sem trabalho, aceitou um emprego mal pago e mudou‑de cidade — um homem faminto, comeria até com lobos.
- Em negociações, sabendo que o cliente tinha urgência, o representante impôs condições mais favoráveis para a empresa; a necessidade dele falou mais alto.
Variações Sinónimos
- Faminto até come com os lobos.
- Quem tem fome, não faz exigências.
- A fome não olha a cara a ninguém.
- Quem está desesperado aceita qualquer solução.
Relacionados
- Quem não tem cão, caça com gato.
- A falta de pão, boas são as tortas.
- A fome é má conselheira.
- Beggars can't be choosers (inglês) — relacionado no sentido prático.
Contrapontos
- Necessidade não isenta de responsabilidade: a fome ou a pressão não justificam crimes ou violações de direitos.
- Usar o provérbio para estigmatizar pessoas em pobreza pode ocultar causas estruturais da necessidade (desemprego, desigualdade).
- Em negociações, aceitar rapidamente nem sempre é melhor — soluções de curto prazo podem agravar problemas a longo prazo.
Equivalentes
- Inglês
Beggars can't be choosers. - Espanhol
A falta de pan, buenas son tortas. - Francês
La faim fait accepter n'importe quoi. - Alemão
Wer hungert, nimmt, was er kriegen kann.