Um padre a pecar, conta a dobrar
Indica que erros ou faltas cometidos por quem ocupa uma posição moral, social ou de autoridade são julgados com mais severidade do que os mesmos erros quando cometidos por pessoas comuns.
Versão neutra
Uma pessoa em posição de autoridade é julgada mais severamente pelos seus erros.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que as faltas de quem ocupa um cargo de autoridade ou confiança tendem a ser avaliadas de forma mais severa do que as mesmas faltas cometidas por pessoas sem essa posição. - É ofensivo dizer este provérbio sobre alguém concreto?
Pode ser; refere‑se especificamente a figuras de autoridade e tem conotação crítica. Aplicá‑lo a indivíduos concretos, especialmente religiosos, pode ser considerado ofensivo. - Em que contextos é apropriado usar‑lo?
Em discussões sobre responsabilidade pública, ética profissional ou quando se pretende salientar expectativas acrescidas sobre líderes e figuras de confiança. - Tem origem histórica conhecida?
Não existe origem documentada clara; trata‑se de um provérbio popular que reflete antigas normas sociais sobre autoridade moral.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar hipocrisia ou para sublinhar expectativas acrescidas sobre figuras públicas e autoridades (religiosas, políticas, educativas, etc.).
- Registo coloquial; pode soar pejorativo quando dirigido a indivíduos concretos, sobretudo a líderes religiosos.
- Não se aplica bem a situações de privacidade íntima ou a contextos nos quais se pretende evitar estigmatizar uma colectividade.
Exemplos
- Quando o director da escola foi apanhado a mentir no relatório, os pais lembraram‑se do ditado: um padre a pecar, conta a dobrar — esperavam mais rigor dele.
- Num debate sobre corrupção, alguém disse que, se for provado, o político terá de pagar um preço maior pelo erro — afinal, um padre a pecar, conta a dobrar.
Variações Sinónimos
- Quando o padre peca, conta o dobro
- Quem ocupa um lugar de confiança paga mais caro pelos seus erros
- O erro de quem guia pesa mais
Relacionados
- Quem tem telha de vidro não atire pedras ao vizinho.
- Errare humanum est (o erro é humano) — contraste entre compreensão geral e exigência acrescida a autoridades.
- O hábito não faz o monge (sobre expectativas e aparências morais).
Contrapontos
- Todos os seres humanos cometem erros; tratar com compaixão pode ser mais produtivo do que punir com severidade automática.
- Aplicar sempre um critério mais duro a figuras públicas pode levar à hipocrisia pública e à desconfiança generalizada.
- É importante distinguir responsabilidade institucional de falhas individuais e evitar generalizações que estigmatizem grupos inteiros.
Equivalentes
- inglês
A priest who sins counts double (ou: a leader's sin is judged more harshly). - espanhol
Un cura que peca, cuenta el doble. - francês
Un prêtre qui pèche compte double.