Ver, ouvir e calar.
Conselho à prudência: observar e escutar antes de falar, muitas vezes mantendo silêncio para evitar conflito ou problemas.
Versão neutra
Ver, ouvir e manter silêncio quando apropriado.
Faqs
- Significa que devemos ficar sempre calados?
Não. O provérbio recomenda prudência: avaliar antes de falar. Não justifica omissão perante ilegalidade, abuso ou quando há dever de intervir. - Em que contextos é mais aplicado?
Situações sociais ou profissionais delicadas, rumores, conflitos latentes ou quando não se tem informação suficiente para comentar. - Tem uma origem histórica clara?
Não uma única origem em português; está ligado ao motivo japonês dos três macacos e difusão europeia desde o século XVII, tendo sido adoptado popularmente em várias línguas.
Notas de uso
- Emprega-se para recomendar prudência em situações delicadas ou quando falta informação completa.
- Não é uma aprovação indiscriminada do silêncio: em contextos de injustiça ou ilegalidade, calar pode ser eticamente reprovável.
- Registo: informal a neutro; usado tanto em conversas quotidianas como em conselhos práticos.
- O provérbio incentiva contenção, mas deve ser ponderado face a responsabilidades civis, profissionais ou morais.
Exemplos
- Na reunião, ouvi comentários agressivos; optei por ver, ouvir e calar até ter dados concretos.
- Ao perceber boatos no escritório, seguiu-se o princípio de ver, ouvir e calar para não espalhar desinformação.
- Quando se presencia uma injustiça, o provérbio não deve servir de desculpa para a passividade: informar as autoridades pode ser obrigatório, não opcional.
Variações Sinónimos
- Ver, ouvir e não falar
- Ver, ouvir e guardar silêncio
- Ver, ouvir e nada dizer
- Não ver, não ouvir, não falar (variante associada aos três macacos)
Relacionados
- Em boca fechada não entra mosca
- Silêncio é ouro
- Quem cala consente
Contrapontos
- Quem cala consente — o silêncio pode ser interpretado como concordância.
- Quem tem boca vai a Roma — há situações em que falar é necessário para obter ajuda ou resolver problemas.
- Quem não arrisca não petisca — às vezes é preciso intervir ou expressar-se para progredir.
Equivalentes
- inglês
See no evil, hear no evil, speak no evil (ver, ouvir e não falar) - espanhol
Ver, oír y callar - japonês
見ざる聞かざる言わざる (mizaru, kikazaru, iwazaru)