Vinho que baste, carne que farte, pão que sobre e seja eu pobre

Vinho que baste, carne que farte, pão que sobre e ... Vinho que baste, carne que farte, pão que sobre e seja eu pobre.

Prioriza a abundância de comida e boa companhia mesmo que isso implique viver na pobreza; expressão de valorizações práticas sobre prazer e subsistência.

Versão neutra

Que haja vinho suficiente, carne em abundância e pão a sobrar, mesmo que eu seja pobre.

Faqs

  • O que quer dizer exactamente o provérbio?
    Expressa a ideia de que é preferível ter abundância de comida e bebida e boa companhia, mesmo que isso implique não ter riqueza material. É mais uma valorização dos prazeres simples do que um apelo literal à pobreza.
  • Quando se usa este provérbio?
    Usa-se de forma jocosa, festiva ou resignada — por exemplo em celebrações, ao priorizar gastar numa boa refeição, ou para mostrar que se aceita a falta de dinheiro desde que haja sustento e convívio.
  • Qual é a origem do provérbio?
    Vem da tradição oral portuguesa, provavelmente de contextos rurais e comunitários. Não há registo de autor ou data concreta; é um ditado popular transmitido por gerações.
  • O provérbio incentiva a pobreza?
    Não literalmente. É mais uma expressão de valores culturais (hospitalidade, prazer gastronómico, simplicidade) do que uma recomendação prática para evitar riqueza ou segurança económica.

Notas de uso

  • Usa-se muitas vezes de forma jocosa ou resignada para pôr em primeiro lugar a comida, a bebida e a convivialidade.
  • Pode transmitir uma aceitação voluntária da pobreza desde que existam os prazeres essenciais (comer e beber).
  • Não é uma defesa literal da pobreza nem um incentivo a negligenciar necessidades financeiras; é de caráter valorativo e cultural.
  • Tomar o provérbio ao pé da letra em contextos sérios (política social, economia) pode ser inadequado.

Exemplos

  • Quando convidaram o João para a prova de vinhos, ele riu e disse: «vinho que baste, carne que farte, pão que sobre e seja eu pobre».
  • Na festa da aldeia esqueceram-se das finanças, mas ninguém se importou: havia boa comida e bebida — vinha ao de cima o velho refrão "vinho que baste...".
  • Usou-se o provérbio de forma irónica quando ela preferiu gastar o dinheiro em um jantar memorável em vez de poupar para algo abstrato.

Variações Sinónimos

  • Vinho que baste e pão que sobre, e que eu seja pobre.
  • Que sobre pão e sobrem vinho, que eu queira pouco mais.
  • Vinho que baste, carne que baste, pão que sobre.

Relacionados

  • Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
  • De grão em grão enche a galinha o papo.

Contrapontos

  • Mais vale pouco e certo do que muito e incerto.
  • Quem tudo quer, tudo perde.

Equivalentes

  • inglês
    Literal: “Enough wine, meat to fill, bread to spare — let me be poor.” Equivalente aproximado: “Food and drink make life worth living.”
  • espanhol
    Equivalente aproximado: “Con pan y vino se anda el camino” (com pão e vinho segue-se a viagem — a ideia de que o essencial alimenta a vida).
  • francês
    Equivalente aproximado: “Avec du pain et du vin, on vit heureux” (com pão e vinho vive-se feliz) — aproxima o valor dos alimentos essenciais.