À barba cã se entrega a moça louçã

À barba cã se entrega a moça louçã.

Refere‑se à união ou entrega de uma jovem a um homem muito mais velho, tipicamente por razões sociais, económicas ou de arranjo familiar.

Versão neutra

A jovem é entregue ao homem de barba branca (referindo-se a casamento ou união entre pessoa jovem e muito mais velha).

O que significa exactamente este provérbio?
Significa que uma jovem é entregue ou casada com um homem muito mais velho; geralmente aponta para uma desigualdade de idades e, muitas vezes, de interesses ou poder.
Qual a origem deste provérbio?
Trata‑se de um provérbio popular português de origem regional e tradicional. Não há registo de autor nem data precisa; nasceu no contexto de sociedades onde casamentos arranjados e razões económicas eram comuns.
É apropriado usar este provérbio hoje em dia?
Depende do contexto. É comprehensível como comentário cultural ou crítico, mas pode ser considerado antiquado ou insensível quando descreve relações reais que envolvem dinâmicas de poder ou falta de consentimento.
O provérbio é ofensivo?
Pode ser percepcionado como sensível, porque toca em temas de desigualdade de género, poder e consentimento. Usar‑lo requer cuidado e compreensão do contexto.

É usado para criticar ou constatar casamentos com grande diferença de idades e relações desiguais de poder.
Pode ser empregado de forma literal (casamento) ou metafórica (juntar uma pessoa inexperiente com outra muito experiente por conveniência).
Tem conotação tradicional e pode soar antiquado; hoje pode ser percebido como comentário social crítico sobre desigualdades.

Os vizinhos murmuravam que, no casamento arranjado, 'à barba cã se entrega a moça louçã' — ela tinha dezasseis anos, ele sessenta.
Quando a empresa juntou o jovem gestor ao director veterano sem ouvir ninguém, alguém comentou, meio em tom de crítica: 'à barba cã se entrega a moça louçã'.
Usou‑se o provérbio para apontar que a escolha foi feita por interesse e não pelo desejo da própria jovem.

Nem todas as uniões com grande diferença de idades são abusivas: algumas são consensuais e baseadas em afecto mútuo.
A experiência do mais velho pode oferecer estabilidade económica ou emocional à mais jovem.
Hoje há maior escrutínio sobre consentimento e igualdade, pelo que a abordagem cultural mudou.