A excepção faz a regra

Afirma que uma situação inicialmente excepcional passou a ser tratada como norma ou que a existência de excepções acaba por definir a regra.

Versão neutra

A excepção tornou-se regra

Significa que uma excepção transforma automaticamente uma norma?
Não. A expressão sugere que uma excepção se generaliza até parecer norma, mas isso não é um processo automático nem legalmente vinculativo; exige prática repetida ou mudança formal.
Tem origem numa expressão latina?
Sim. É uma variação moderna da máxima latina "Exceptio probat regulam", que costuma traduzir‑se como «a excepção confirma a regra». A forma exacta «a excepção faz a regra» é uma adaptação contemporânea.
Quando devo evitar usar esta frase?
Evite‑a em argumentos técnicos, científicos ou legais sem evidência empírica. Também deve evitar‑se quando se tenta justificar uma prática ilegal ou injusta só porque se tornou comum.
É sinónimo de "a excepção confirma a regra"?
Relacionado, mas não idêntico. "Confirma a regra" costuma indicar que a existência de uma excepção pressupõe a regra; «faz a regra» implica que a excepção se tornou norma.

Usa-se para descrever situações em que um comportamento ou condição inicialmente raro se institucionaliza ou generaliza.
Pode ter tom crítico: aponta arbitrariedades, alterações de políticas ou hábitos que se impõem.
Registo: coloquial; adequada em comentário social, jornalístico ou conversa informal. Evitar em textos técnicos sem clarificação.
Cuidado lógico: a frase pode encerrar uma generalização indevida — uma excepção isolada não prova que algo seja regra.

Antes era raro trabalhar ao fim‑de‑semana; com prisões de prazo e expectativas de produtividade, agora a excepção tornou‑se regra no escritório.
Quando as autoridades começaram a permitir tolerâncias de velocidade em determinadas ruas, essa tolerância deixou de ser uma excepção e passou a orientar o trânsito — ou seja, a excepção fez a regra.

Do ponto de vista lógico e estatístico, uma excepção isolada não justifica inferir uma regra geral.
Uso retórico: a expressão pode legitimar práticas contestáveis ao apresentá‑las como inevitáveis.
Em direito, uma excepção não altera necessariamente a norma legal sem procedimento formal.