De laranja, o que quiseres; da lima, o que puderes e de limão, o que tiveres.
Ajustar os pedidos e as expectativas à disponibilidade: do que é abundante pode pedir-se mais; do que é raro, aceita-se o que há.
Versão neutra
Do que é abundante podes pedir muito; do que existe moderadamente, pede o que puderes; do que é escasso, contenta-te com o que tens.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado ao aconselhar alguém a moderar pedidos ou expectativas diante de recursos limitados, especialmente em decisões práticas como compras, orçamentos ou repartição de bens. - O provérbio tem origem registada?
A origem registada não é conhecida; trata‑se de um dito popular transmitido oralmente na língua portuguesa. - Pode ser considerado ofensivo?
Normalmente não é ofensivo, mas pode ser percebido como insensível se usado para justificar desigualdades ou recusar apoio a quem precisa. - Existe uma versão moderna ou mais neutra?
Sim — por exemplo: 'Pede conforme o que há; aceita o que falta', que mantém a ideia de ajustar expectativas à disponibilidade.
Notas de uso
- Usa-se para aconselhar prudência e realismo ao pedir bens, favores ou recursos.
- Tomado em sentido prático, refere-se a hierarquias de abundância (mais, menos, quase nada).
- Tomado em sentido social, pode indicar que se deve medir expectativas segundo a posição ou possibilidades de outrem.
- Registo: popular e coloquial; pode soar conservador se aplicado a situações de justiça ou desigualdade.
- Não é recomendável usá-lo para justificar exploração ou recusar solidariedade diante de necessidades reais.
Exemplos
- Num orçamento apertado, lembra‑te: de laranja, o que quiseres; da lima, o que puderes e de limão, o que tiveres — não podemos exigir equipamento novo agora.
- Ao negociar com fornecedores pequenos, aceitou adaptar a encomenda: de laranja, o que quiseres; da lima, o que puderes e de limão, o que tiveres.
Variações Sinónimos
- Do que há muito, pede à vontade; do que há pouco, pede à medida; do que quase não há, fica com o que tens.
- Pede conforme a fruta: muita, um pouco, o que houver.
Relacionados
- Cortar o pano conforme a peça (ou: corta o teu casaco segundo o teu tecido) — adaptar gastos às possibilidades.
- Mais vale pássaro na mão do que dois a voar — prudência nas expectativas.
- Quem não tem pão, não tem dentes — comentário sobre desigualdade de meios (contexto crítico).
Contrapontos
- Pode legitimar baixos padrões ou aceitar injustiças em vez de procurar mudanças estruturais.
- Se usado indiscriminadamente, encoraja a resignação perante escassez que poderia ser combatida.
- Não distingue entre escassez natural e escassez resultante de escolhas políticas ou económicas.
Equivalentes
- inglês
Cut your coat according to your cloth. (Adapta o que pedes às tuas possibilidades.) - espanhol
Corta el sayo según la tela. (Equivalente aproximado: ajustar desejos às possibilidades.) - francês
Il faut couper le manteau selon l'étoffe. (Equivalente aproximado: viver conforme os meios.)