A ovelha que é do lobo, Santo António não a guarda.

A ovelha que é do lobo, Santo Antônio não a gua ... A ovelha que é do lobo, Santo Antônio não a guarda.

Quem está aliado ou pertence a alguém de má índole não pode ser protegido por meios externos; a filiação ou companhia determina o destino.

Versão neutra

Quem pertence ao inimigo não pode contar com protecção externa.

Faqs

  • Qual é o sentido principal deste provérbio?
    Significa que a pertença ou aliança com alguém perigoso ou desonesto anula a possibilidade de protecção por terceiros; é um aviso contra más companhias e lealdades.
  • É ofensivo usar este provérbio sobre uma pessoa?
    Pode ser percebido como pejorativo ou estigmatizante, porque rotula alguém pela companhia ou filiação. Deve‑se evitar aplicá‑lo a situações onde a pessoa é vítima ou estiver coagida.
  • De onde vem a referência a Santo António/Antônio?
    Santo António (Antônio) é uma figura cristã associada à protecção e ajuda popular. A invocação do santo intensifica a ideia: mesmo uma figura protetora não consegue salvar quem pertence ao inimigo. A forma exacta varia regionalmente (António em PT‑PT; Antônio em PT‑BR).
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Em contextos cautelares ou explicativos, por exemplo ao justificar desconfiança perante alguém claramente alinhado com interesses contrários. Evite‑o em contextos que exijam nuance ou onde exista possibilidade de reabilitação.

Notas de uso

  • Usa‑se para alertar contra más companhias ou lealdades que comprometem a protecção ou a confiança.
  • Tem um tom fatalista e pode ser empregado de forma crítica ou pejorativa quando se pretende justificar falta de ajuda a alguém ligado a quem causa danos.
  • Referência religiosa (Santo António/Antônio) torna o provérbio mais expressivo; em contexto neutro pode preferir‑se uma formulação sem santos.
  • Ao aplicar o provérbio a pessoas reais, deve‑se ter cuidado para não estigmatizar ou simplificar situações complexas (ex.: vítimas coagidas).

Exemplos

  • Quando a polícia descobriu que o suspeito trabalhava para a facção rival, o comandante comentou: «A ovelha que é do lobo, Santo António não a guarda», indicando que não podiam confiar nele.
  • Na reunião, disseram que não adiantava oferecer formação a quem se recusa a mudar de atitudes: «A ovelha que é do lobo…» — ou seja, a pertença a maus hábitos anula a protecção externa.

Variações Sinónimos

  • Diz‑me com quem andas e dir‑te‑ei quem és.
  • Quem anda com lobos, uiva como eles.
  • O que é do lobo não se salva.

Relacionados

  • Diz‑me com quem andas e dir‑te‑ei quem és.
  • Quem anda com lobos, uiva como eles.
  • Cada macaco no seu galho (indica também separação de papéis e lealdades).

Contrapontos

  • As pessoas podem mudar de companhia e de comportamento; a pertença actual não determina o futuro de forma irreversível.
  • Não se deve condenar alguém apenas pela sua associação; há contextos de coerção e circunstância que justificam compreensão.
  • Provérbios como «Água mole em pedra dura tanto bate até que fura» sugerem que a perseverança pode alterar a natureza de alguém.

Equivalentes

  • Inglês
    Once a wolf, always a wolf / If you belong to the wolf, even the saints won't save you (conveying fatalism about character/associations).
  • Espanhol
    La oveja del lobo ni San Antonio la guarda (variante usada em países hispanófonos).
  • Francês
    Qui paie les chiens appelle les loups (aproximação temática sobre alianças perigosas; não é equivalente literal).