A razão alheia deve ser adjetiva e não substantiva.
Trata-se de ver as razões dos outros como fatores que qualificam a situação, não como definições absolutas ou identidades que substituem o juízo próprio.
Versão neutra
A razão de outro deve ser considerada um atributo/contexto, não a definição principal.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que as explicações ou motivos apresentados por outras pessoas devem ser usados para contextualizar ou qualificar uma situação, não para substituir o nosso discernimento ou para rotular permanentemente alguém. - Quando devo aplicar este princípio?
Ao avaliar justificações alheias em discussões, decisões profissionais ou interpessoais: aceita‑as como informação útil, mas cruza com outras evidências e com o teu julgamento. - Não é desrespeitoso tratar a razão do outro apenas como 'adjetiva'?
Não necessariamente. O provérbio não minimiza as razões alheias; propõe que sejam integradas com cautela e crítica, evitando que se tornem rótulos ou verdades absolutas sem verificação. - Há exceções em que a razão alheia deve ser substantiva?
Sim: quando provém de autoridade válida (jurídica, técnica), quando é evidência verificável ou quando a situação exige ação imediata em função dessas razões.
Notas de uso
- Usa-se para aconselhar prudência ao aceitar justificações externas como verdades definitivas.
- Registro: neutro, reflexivo; adequado em conversas sobre responsabilidade, crítica e tomada de decisão.
- Evita transformar motivos alheios em rótulos permanentes sobre pessoas ou situações.
- Cuidado: não implica desvalorizar sempre a razão do outro; recomenda integrá‑la como informação adicional.
Exemplos
- No trabalho, ouvires a explicação de um colega é útil, mas não devas deixá‑la redefinir toda a tua avaliação do projeto.
- Numa discussão familiar, considera as justificações alheias como factores que explicam o comportamento, não como rótulos que definem a pessoa para sempre.
- Durante o debate político, aceitar as razões do adversário como contexto ajuda a compreender, mas não obriga a adotar a sua identidade discursiva.
Variações Sinónimos
- A razão alheia serve para qualificar, não para definir.
- As justificações dos outros são contextos, não rótulos.
- Aceita a explicação, não a faixas; não transformes causa em identidade.
Relacionados
- Não faças dos defeitos dos outros um espelho para te julgares
- Ouvir é diferente de aceitar sem crítica
- Cada cabeça, sua sentença (no sentido de valorizar julgamento próprio)
Contrapontos
- Quando a razão alheia é baseada em autoridade legítima (lei, perícia técnica), deve ser tratada como substância na tomada de decisão.
- Em contextos de segurança ou de risco imediato, justificações alheias podem exigir ação e não apenas consideração.
- Se a razão alheia for evidência factual verificável, torná‑la substantiva é apropriado.
Equivalentes
- inglês
Other people's reasons should be treated as qualifiers, not as defining identities. - espanhol
La razón ajena debe servir para matizar, no para definir. - francês
La raison d'autrui doit nuancer, non définir.