Quem deve, não tem razão

Quem deve, não tem razão.

Quem está em dívida ou em falta perde legitimidade para reclamar ou exigir razão numa discussão.

Versão neutra

Quem está em falta não tem autoridade para reclamar.

Significa que nunca posso ter razão se devo dinheiro a alguém?
Não. O provérbio refere-se à percepção social de autoridade moral: estar em dívida pode enfraquecer a posição de quem reclama, mas não invalida automaticamente argumentos fundados ou direitos legais.
É adequado usar este provérbio numa discussão profissional?
Depende. Pode ser usado para salientar responsabilidade, mas também pode ser percebido como desqualificante ou a tentar encerrar um diálogo. Em contextos profissionais recomenda-se formular a crítica de modo mais objetivo.
Tem fundamento legal?
Não. É um ditado popular de natureza moral e social, não uma regra jurídica. Em tribunal, provas e leis determinam a razão, não a existência de dívidas informais.
Quando é injusto aplicar este provérbio?
Quando a dívida não tem relação com a queixa apresentada, quando existem motivos legítimos para reclamar ou quando se usa para silenciar alguém sem discussão justa.

Usado para apontar que alguém que tem uma obrigação por cumprir não está em posição de exigir ou criticar.
Tem tom admonitório: serve para recordar responsabilidade antes de pedir direitos.
Pode ser usado para encerrar uma discussão, por vezes de forma injusta se a dívida não estiver relacionada com a reclamação.
Não é uma regra jurídica: refere-se à perceção social de autoridade moral, não a direitos legais.

O cliente exigia um reembolso, mas o lojista lembrou-lhe que ele ainda não tinha pago a última encomenda — quem deve, não tem razão, disse o gerente.
Quando o empregado faltou várias vezes sem justificar, não podia queixar-se das horas extras — quem deve, não tem razão.
Antes de pedires explicações ao vizinho, resolve a tua dívida de condomínio; quem deve, não tem razão.

Ter uma dívida ou estar em falta não apaga automaticamente a validade de uma queixa ou de um argumento.
Em contextos legais, direitos e provas valem independentemente de obrigações financeiras.
Usar o provérbio para silenciar críticas pode ser uma forma de evitar responsabilidade ou diálogo construtivo.
A relação entre dívida e falta de razão é cultural e depende do contexto — por exemplo, dívidas antigas ou alheias ao assunto em causa não invalidam necessariamente um protesto.