A sorte é cega e faz cegos.
A sorte age sem critério e, quando favorece alguém, tende a criar falsa confiança ou a encobrir falta de mérito, levando essa pessoa a julgar‑se superior.
Versão neutra
A sorte é arbitrária e pode fazer com que as pessoas confiem excessivamente nela.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que a sorte actua sem critério e que, quando favorece alguém, essa pessoa pode perder a capacidade de avaliação, tornando‑se excessivamente confiante ou negligente. - Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para criticar atitudes de arrogância ou descuido que surgem após um sucesso fortuito, ou para avisar contra tomar decisões arriscadas sustentadas apenas por sorte. - É um provérbio ofensivo ou sensível?
Não é intrinsecamente ofensivo; trata‑se de uma observação sobre comportamento. Contudo, usado directamente para desacreditar alguém pode soar crítico ou depreciativo. - O provérbio é fatalista?
Não necessariamente. Mais do que afirmar que tudo é sorte, alerta para os perigos de confiar apenas no acaso e deixa implícita a preferência por esforço e avaliação crítica.
Notas de uso
- Usado para criticar quem atribui sucesso apenas ao acaso e se torna arrogante.
- Serve como aviso contra tomar decisões arriscadas com base em ganhos fortuitos.
- Empregue de forma irónica quando se quer sublinhar que um triunfo foi acidental.
- Pode referir‑se tanto a indivíduos como a grupos que se deixam iludir pelos resultados positivos.
Exemplos
- Depois da primeira grande venda por acaso começou a dispensar processos de verificação — a sorte é cega e faz cegos.
- A equipa ganhou por sorte num jogo e, no mês seguinte, mostrou pouca disciplina táctica; a expressão que se começou a ouvir foi: 'A sorte é cega e faz cegos.'
- Ele atribui tudo ao acaso em vez de reconhecer o trabalho da equipa; é um caso claro de que a sorte, quando favorece, pode cegar.
Variações Sinónimos
- A sorte é cega
- A fortuna é cega e torna cegos
- A sorte deixa cego
- A fortuna torna cegos
Relacionados
- Sorte versus mérito
- Acaso
- Complacência após sucesso
- Efeito Dunning‑Kruger (sobreconfiança)
- Superstição e explicações para o sucesso
Contrapontos
- O esforço e a competência explicam muitas conquistas, não apenas a sorte.
- Planeamento e prudência reduzem o papel do acaso.
- Atribuir tudo à sorte ignora trabalho, preparação e circunstâncias estruturais.
- O reconhecimento crítico evita que o sucesso momentâneo leve à negligência.
Equivalentes
- inglês
Luck is blind and makes the blind (ou simply 'Fortune is blind'). - espanhol
La suerte es ciega y deja ciegos. - francês
La fortune est aveugle et rend aveugle. - alemão
Das Glück ist blind und macht blind. - italiano
La fortuna è cieca e rende ciechi.