A vaca do pobre, quando há-de parir, morre
Observação fatalista de que as coisas boas ou necessárias raramente correm bem para quem tem poucos recursos; quando algo parecia melhorar, surge um revés.
Versão neutra
Quando parece que algo bom vai acontecer a alguém com poucos recursos, frequentemente surge um imprevisto que o prejudica.
Faqs
- Qual é a mensagem principal deste provérbio?
A mensagem é de fatalismo: quando algo bom ou necessário parece acontecer para alguém desfavorecido, frequentemente surge um contratiempo que anula essa melhoria. - É ofensivo usar este provérbio?
Depende do contexto. Pode ser entendido como uma observação amarga sobre a pobreza; em ambientes sensíveis pode soar insensível ou determinista. É preferível usar com cuidado. - Tem origem rural ou histórica conhecida?
Não há fonte documental clara; trata-se de provérbio tradicional ligado ao meio rural, onde a morte de uma vaca representava uma perda económica grave para famílias pobres.
Notas de uso
- Expressa frustração perante a sensação de que os pobres sofrem mais contratempos nos momentos decisivos.
- É um provérbio tradicional de matriz rural, ligado à importância económica de uma única vaca para uma família pobre.
- Pode ser interpretado como comentário sobre azar, injustiça social ou coincidência infeliz.
- Usar com cautela: pode soar pessimista ou conotar insensibilidade face à pobreza.
Exemplos
- Depois de meses a juntar dinheiro para comprar sementes, não resisti a dizer: 'A vaca do pobre, quando há-de parir, morre' — e, claro, a chuva levou a sementeira.
- Quando o João pensou que tinha conseguido um contrato que o tiraria da pobreza, aconteceu um acidente. A vizinha comentou com despreocupação: 'A vaca do pobre, quando há-de parir, morre.'
Variações Sinónimos
- Quando a vaca do pobre há-de parir, morre
- Ao pobre, até a sorte lhe falta
- Parece que a sorte vira as costas aos pobres
Relacionados
- Os males nunca vêm só
- Ao pobre, até a casa dá chuva
- A desgraça não escolhe horas
Contrapontos
- Explicar contratempos por fatores sociais e económicos em vez de destino ou azar — falta de rede de segurança e recursos aumenta a vulnerabilidade.
- Usar provérbios mais neutros ou solidários em contextos formais para evitar uma leitura insensível: ex. 'Apoiar quem mais precisa evita que um revés seja catastrófico.'
- Nem sempre é azar inevitável; políticas sociais e comunidades de apoio podem reduzir o impacto desses revéses.
Equivalentes
- Português (variante)
Os males nunca vêm só - Inglês
When it rains, it pours / Misfortunes never come alone - Espanhol
La vaca del pobre, cuando va a parir, se muere (variante popular) - Italiano
I guai non vengono mai da soli