Agosto nos farta, Agosto nos mata
A abundância ou o excesso trazem também riscos; aquilo que dá muito pode, em determinadas circunstâncias, fazer mal.
Versão neutra
O que farta pode também matar — a abundância pode trazer riscos.
Faqs
- O provérbio refere-se literalmente ao mês de agosto?
Originalmente tem fundo sazonal e agrícola — agosto é mês de colheitas e de calor — mas é frequentemente usado de forma figurada para qualquer situação de abundância seguida de risco. - Quando devo usar este provérbio?
Use-o para advertir sobre os perigos do excesso ou quando algo que parece vantajoso pode ter consequências negativas. É mais apropriado em registo informal ou em comentários sobre práticas quotidianas e económicas. - Tem conotação negativa permanente?
Não necessariamente. O provérbio tem um tom cautelar: não condena a fartura, alerta para a necessidade de gestão e moderação para evitar danos. - Existe documentação histórica sobre a origem?
Não há fonte única documentada; pertence à tradição oral rural ibérica e foi transmitido por gerações como forma de sabedoria prática.
Notas de uso
- É usado sobretudo em contextos sazonais e agrícolas para lembrar que um excesso de produção ou calor pode causar problemas (ex.: estragos, doenças, desperdício).
- Tem igualmente uso figurado: aplica-se a situações económicas, sociais ou pessoais em que uma vantagem aparente pode levar a consequências negativas.
- Registo: popular, coloquial; adequado em conversas informais, textos sobre sabedoria popular e comentários críticos sobre excessos.
- Tom: cautelar; normalmente usado como aviso ou reflexão sobre moderação e equilíbrio.
Exemplos
- Depois da colheita inesperadamente grande, muitos frutos podiam apodrecer sem armazenamento adequado; como se costuma dizer, agosto nos farta, agosto nos mata.
- No mercado, um boom de consumo pode inflacionar preços e criar bolhas; lembrou o provérbio: 'o que farta pode também matar', para avisar sobre os perigos do excesso.
- Com tanto trabalho concentrado num só mês, os operários sofreram exaustão; a expressão aplicava-se bem: agosto nos farta, agosto nos mata.
Variações Sinónimos
- O que é demais estraga
- Demasiado de uma coisa faz mal
- O excesso mata
- Do muito nasce o prejuízo
Relacionados
- Quem tem muito, perde muito (variação sobre risco do excesso)
- Nem tudo o que reluz é ouro (aviso sobre aparências vantajosas)
- Pouco e bom é melhor que muito e mau (valorização da moderação)
Contrapontos
- Agosto também é mês de fartura e sobrevivência: abundância bem gerida garante reservas para tempos difíceis.
- Em contextos com gestão adequada, a abundância pode ser benéfica e não necessariamente perigosa.
Equivalentes
- inglês
Too much of a good thing can be bad. - espanhol
Demasiado de lo bueno hace daño. - francês
Trop de bien est nuisible.