O pouco conta-se e o nada é nada
Valoriza pequenas quantias ou esforços — são contabilizáveis — e afirma que o zero não tem valor.
Versão neutra
O pouco tem valor; o nada não tem valor.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use-o para enfatizar que contribuições, por pequenas que sejam, têm utilidade prática, especialmente em contextos de orçamento, doações ou esforço colectivo. - Significa que o pouco é sempre suficiente?
Não. O provérbio reconhece o valor do pouco, mas não afirma que seja suficiente em todas as circunstâncias; é uma apreciação prática do que é melhor do que nada. - Pode ser mal interpretado?
Sim. Pode ser lido como desvalorização do que é insuficiente ou usado para justificar contributos inapropriados. Convém esclarecer o contexto quando for necessário.
Notas de uso
- Usa-se para sublinhar que mesmo uma contribuição limitada ou um esforço discreto tem importância prática.
- Frequentemente aplicado em contextos económicos (poupança, donativos), profissionais (esforço, produtividade) e familiares (ajudas entre pessoas).
- Tom neutro ou prático; evita exageros emocionais. Pode soar condescendente se usado para reduzir expectativas alheias.
- Não deve ser usado para desvalorizar a capacidade de pequenas ações acumularem efeitos significativos ao longo do tempo — nessa leitura, complementa-se com provérbios como “De grão a grão…”.
Exemplos
- Ao receber doações para a festa da escola, o organizador lembrou: «O pouco conta-se e o nada é nada», porque cada contribuição ajuda a somar.
- Numa reunião de equipa, o chefe incentivou pequenas melhorias: «Mesmo que seja pouco, conta-se. O nada não nos leva a lado nenhum.»
- Quando começaram a poupar para as férias, disseram-se que não deviam desprezar pequenas quantias: «O pouco conta-se e o nada é nada.»
Variações Sinónimos
- O pouco vale, o nada não conta.
- Pouco é alguma coisa; nada é nada.
- O pouco também é alguma coisa.
Relacionados
- De grão a grão enche a galinha o papo (pequenos esforços acumulam-se)
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (valor do certo, mesmo que pequeno)
- Quem dá pouco, dá ao menos (valorização de pequenas doações)
Contrapontos
- Argumento acumulativo: pequenas quantias ou ações podem resultar em grande impacto ao longo do tempo — contrariando interpretações que considerem o 'pouco' irrelevante.
- Situações simbólicas: em contextos simbólicos ou de princípio, o 'nada' pode ter significado (ex.: boicote, ausência intencional).
- Risco de desvalorização moral: a frase pode ser usada para justificar contributos insuficientes quando seria necessário mais compromisso.
Equivalentes
- inglês
A little counts; nothing is nothing. - espanhol
Lo poco cuenta y lo nada es nada. - francês
Le peu compte et le rien n'est rien.