Antes morto por ladrão que por coice de asno.
Prefere‑se um mal directo e conhecido a um dano inesperado, humilhante ou ridículo.
Versão neutra
Mais vale sofrer um prejuízo conhecido do que um infortúnio imprevisível e humilhante.
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
Expressa a preferência por um mal previsível e direto em vez de um dano imprevisível, humilhante ou mais embaraçoso. - Quando se usa este provérbio na prática?
Usa‑se ao justificar a manutenção de uma situação conhecida ou a escolha de uma opção segura, mesmo que desagradável, para evitar riscos incertos. - É ofensivo ou insensível usar este provérbio?
Não é, por si só, ofensivo; contudo, pode ser interpretado como resignação a condições injustas ou como condescendência se aplicado a pessoas em situação vulnerável. - A que tipo de situações se aplica melhor?
Decisões empresariais, escolhas pessoais de segurança, ou cenários em que o risco desconhecido implica possível humilhação ou prejuízo imprevisível.
Notas de uso
- Provérbio de uso figurado, aplicado a decisões em que se compara um risco previsível com outro imprevisível ou mais humilhante.
- Forma arcaica/regional; hoje encontra‑se com 'burro' em vez de 'asno' e varia conforme a mídia e o contexto.
- Pode transmitir conformismo: aceita‑se um inconveniente reconhecido para evitar algo mais incerto ou degradante.
Exemplos
- Ao escolher um contrato com cláusulas duras mas claras, preferiu aceitá‑lo — antes morto por ladrão que por coice de asno — do que arriscar uma parceria opaca.
- Quando discutiam se deveriam mudar de fornecedor, o gerente disse que preferia continuar com o problema atual; era preferível o mal conhecido do que um desastre inesperado.
Variações Sinónimos
- Antes morto por ladrão do que por coice de burro
- Mais vale o mau conhecido do que o bom por conhecer
- Antes o conhecido que o desconhecido
Relacionados
- Mais vale o diabo que se conhece do que o que se desconhece
- Quem não arrisca não petisca
- Não se joga com fogo
Contrapontos
- Em contextos onde a mudança traz melhorias claras, aceitar o risco desconhecido pode ser preferível ao statu quo.
- O provérbio pode justificar a manutenção de situações injustas; nem sempre é sensato evitar o novo por medo do imprevisível.
- Para inovação ou coragem moral, escolher o desconhecido pode ser necessário, contrariando o sentido do provérbio.
Equivalentes
- inglês
Better the devil you know than the devil you don't (melhor o diabo que conheces do que o que não conheces). - espanhol
Más vale malo conocido que bueno por conocer. - francês
Mieux vaut tenir que courir (mais vale segurar do que correr).