Aqueles que sabem muito, admiram pouco; os que sabem pouco, admiram m 

Aqueles que sabem muito, admiram pouco; os que sab ... Aqueles que sabem muito, admiram pouco; os que sabem pouco, admiram muito.

Quem tem conhecimento aprofundado tende a impressionar‑se menos com o óbvio; quem tem pouco saber costuma maravilhar‑se com o que é elementar.

Versão neutra

Os muito informados impressionam‑se menos; os pouco informados impressionam‑se mais.

Faqs

  • Este provérbio é uma crítica aos especialistas?
    Não necessariamente; refere‑se sobretudo a uma observação sobre perceção: o conhecimento expõe complexidades que reduzem a surpresa, mas não implica que os especialistas sejam insensíveis ou desdenhosos.
  • Tem ligação com o efeito Dunning‑Kruger?
    Está relacionado: o provérbio descreve como a falta de conhecimento pode levar a avaliações e admirações excessivas, enquanto o conhecimento revela limitações e nuances.
  • Como usar este provérbio sem soar arrogante?
    Usa‑o para explicar diferenças de perspetiva ou para incentivar humildade intelectual; evita‑o como ataque a indivíduos e contextualiza sempre a afirmação.
  • Significa que devemos evitar admirar coisas simples?
    Não; a admiração é legítima e útil. O provérbio apenas indica que a natureza da admiração muda com a profundidade do conhecimento.

Notas de uso

  • Emprega‑se para comentar atitudes de especialistas versus leigos em relação a fenómenos, obras ou invenções.
  • Pode apontar uma diferença entre conhecimento e admiração sem necessariamente julgar moralmente; refere‑se sobretudo à perceção e à sensibilidade adquirida com a experiência.
  • Relaciona‑se com fenómenos psicológicos como o efeito Dunning‑Kruger (onde a falta de conhecimento leva a avaliações exageradas) e com a ideia socrática de que o saber mostra a extensão da ignorância.
  • Ao usar o provérbio, evita‑se generalizar: o conhecimento também pode aumentar a admiração por subtilezas que os leigos não percebem.

Exemplos

  • O historiador, habituado a analisar fontes, admirou pouco a reconstrução simplista do passado; os visitantes, com pouco contexto, ficaram encantados.
  • Na empresa, os engenheiros viram rapidamente os limites do protótipo e não se deixaram impressionar; os restantes colegas, sem conhecimento técnico, elogiaram muito a novidade.
  • Quando se aprende uma arte com profundidade, perde‑se o espanto pelo óbvio, mas ganha‑se apreciação pelas pequenas refinarias que só os entendidos reconhecem.

Variações Sinónimos

  • Quem sabe muito não se admira; quem sabe pouco admira muito.
  • Os eruditos espantam‑se pouco; os ignorantes espantam‑se muito.
  • Pouco saber, muita admiração; muito saber, pouca admiração.

Relacionados

  • Quanto mais sei, mais sei que nada sei (Socrates, atribuído)
  • Pequeno saber, grande espanto (variante popular)
  • Ignorância atrevida (expressão sobre excesso de confiança dos que sabem pouco)

Contrapontos

  • A admiração tem valor: o espanto inicial pode ser motor de curiosidade e aprendizagem.
  • Especialistas podem admirar profundamente aspetos subtis que os leigos não percebem — nem sempre saber muito reduz a admiração, apenas a transforma.
  • Generalizar que os conhecedores sempre admiram pouco pode levar a estereótipos sobre cinismo ou arrogância; o contexto importa.

Equivalentes

  • inglês
    Those who know much admire little; those who know little admire much.
  • espanhol
    Los que saben mucho admiran poco; los que saben poco admiran mucho.
  • francês
    Ceux qui savent beaucoup admirent peu; ceux qui savent peu admirent beaucoup.