Cântaro que muitas vezes vai à fonte, ou deixa lá a asa ou a fronte.
Advertência de que a repetição ou exposição contínua a uma ação acaba por provocar desgaste, dano ou perda.
Versão neutra
Algo ou alguém exposto repetidamente a uma mesma atitude ou situação acaba por sofrer dano, perda ou desgaste.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer advertir alguém sobre os riscos de repetir excessivamente uma ação que causa desgaste, prejuízo ou perigo, seja em objetos, saúde, relações ou finanças. - Significa que nunca devemos insistir em nada?
Não necessariamente. O provérbio sublinha o risco do excesso ou da exposição contínua; em alguns contextos a repetição é positiva (aperfeiçoamento, persistência), pelo que o uso depende da situação. - É um provérbio ofensivo ou sensível?
Não. Trata‑se de um ditado de sabedoria popular sobre prudência; só em contextos específicos pode ser percebido como crítica pessoal se dirigido a alguém de forma contundente.
Notas de uso
- Usa‑se para alertar sobre consequências negativas de repetir demasiado uma ação — pode aplicar‑se a objetos, hábitos e comportamentos pessoais.
- Registo: popular e coloquial; apropriado em conversas informais ou em textos sobre prudência e prevenção.
- Cuidado para não confundir com provérbios que elogiam a persistência; aqui a ênfase é sobre desgaste e risco por excesso.
- Pode aplicar‑se figurativamente (p. ex. relações, vícios, finanças) e literalmente (objetos que se estragam com uso).
Exemplos
- Se trabalhares tantas horas seguidas sem descanso, lembra‑te do cântaro que muitas vezes vai à fonte — acabas por ficar esgotado.
- Os pneus do carro são velhos e, se continuarmos a passar por aquelas estradas, o cântaro que muitas vezes vai à fonte acaba por perder a asa — vamos ter de os substituir.
Variações Sinónimos
- Cántaro que muchas veces va a la fuente, al cabo se rompe. (castelhano)
- Cântaro que muitas vezes vai à fonte, ao fim dá em quebrar.
- Quem muito vai à fonte, alguma lhe fará falta.
Relacionados
- Quem tem telha de vidro não atira pedras ao vizinho (vulnerabilidade e cautela).
- Mais vale prevenir do que remediar (prevenção contra consequências de ações repetidas).
- Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura (contraponto: persistência pode vencer resistência).
Contrapontos
- Em situações em que a repetição visa aperfeiçoamento, a mesma persistência é vista positivamente: 'A prática leva à perfeição.'
- 'Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura' — enfatiza que a repetição pode trazer resultados positivos, não apenas desgaste.
Equivalentes
- espanhol
Cántaro que muchas veces va a la fuente, al cabo se rompe. - inglês
A pitcher that often goes to the well will either lose its handle or its lip. - francês
La cruche qui va souvent à la fontaine finit par se casser. - italiano
Il vaso che va spesso alla fonte, a poco a poco si rompe. - alemão
Der Krug, der oft zur Quelle geht, bleibt nicht unversehrt.