De boi manso me guarde Deus, que de bravo me guardo eu.
Aviso para desconfiar do aparentemente inofensivo, porque o agressivo é mais fácil de evitar.
Versão neutra
Que Deus me guarde do boi manso; do boi bravo eu cuido‑me.
Faqs
- O que quer dizer exatamente este provérbio?
Significa que é prudente desconfiar de quem aparentemente é manso ou inofensivo, porque essa mansidão pode ocultar perigo ou má intenção; já o agressivo é mais fácil de identificar e evitar. - Quando devo usar este provérbio?
Use‑o em contextos informais para justificar cautela perante pessoas ou situações que parecem excessivamente tranquilas ou benevolentes, ou para avisar terceiros. - Tem conotação regional ou histórica?
É um provérbio popular com raízes rurais, comum em Portugal e em variantes na Península Ibérica; a formulação e frequência variam regionalmente. - É adequado em ambiente profissional?
Em geral não em tom literal; em ambiente profissional é preferível usar linguagem mais cautelosa e específica (por exemplo, «prefiro clarificar pontos antes de aceitar»).
Notas de uso
- Emprega‑se para dizer que alguém prefere evitar quem parece mais tranquilo, por recear que isso dissimule perigo ou engano.
- Tom geral: popular e coloquial; muitas vezes usado de forma jocosa ou prudente.
- Contextos: conversas informais, advertências sobre pessoas, situações ou acordos que parecem inofensivos.
- Não costuma usar‑se em registos formais sem adaptação; pode transmitir desconfiança ou prudência acentuada.
Exemplos
- Quando o novo gerente sorria sempre e evitava respostas diretas, o grupo comentava: «De boi manso me guarde Deus, que de bravo me guardo eu» — melhor ficar de olhos abertos.
- Ao recusar uma parceria demasiado amigável sem garantias, a diretora explicou: «De boi manso me guarde Deus» — prefiro ser cautelosa.
- Perante um contrato com cláusulas aparentemente inócuas, ele lembrou o provérbio para justificar a revisão minuciosa dos documentos.
Variações Sinónimos
- De boi manso me guarde Deus; que do bravo me guardo eu.
- Do boi manso me guarde Deus, do bravo eu me guardo.
- Cuidado com o lobo em pele de cordeiro (sinónimo conceptual).
- Não julgar pela aparência (equivalente em sentido).
Relacionados
- Lobo em pele de cordeiro
- Nem tudo o que reluz é ouro
- Quem não arrisca não petisca (contraponto sobre risco)
Contrapontos
- Cão que ladra não morde — sugere que o barulho revela a verdadeira perigosidade.
- Convém ver antes de julgar — encoraja não assumir malícia quando a aparência é calma.
- Mais vale o conhecido que o desconhecido — favorece confiar no que se conhece, mesmo que não seja perfeito.
Equivalentes
- Inglês
Beware of the quiet ones / Watch out for a wolf in sheep's clothing - Espanhol
Más vale desconfiar del manso; del bravo te cuidas tú (variante popular)