Dos amigos me guarde Deus, que dos inimigos me guardarei eu.
Alertar para a possibilidade de dano vindo de pessoas próximas; é preciso cautela com amigos, pois dos inimigos já se espera oposição.
Versão neutra
Há que estar atento aos amigos, porque deles pode vir dano; dos inimigos já sei defender-me.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que devemos ter cuidado com as pessoas próximas, pois a traição ou prejuízo podem vir de quem se espera proteger; dos inimigos já se espera oposição, pelo que a vigilância tende a ser maior. - É aconselhável viver segundo este provérbio?
Serve como aviso para prudência razoável, não como lema de vida. Excesso de desconfiança pode prejudicar relações e bem-estar; é mais saudável combinar confiança com limites e verificação quando necessário. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer expressar surpresa ou desaprovação por atitudes dúbias de alguém próximo, ou ao aconselhar cautela em situações onde favores e confiança possam ser explorados.
Notas de uso
- Usa-se para exprimir desconfiança relativamente a amigos ou pessoas de confiança, especialmente quando se suspeita de hipocrisia ou traição.
- Tom retórico muitas vezes irónico ou cínico; pode ferir se aplicado directamente a alguém como acusação.
- Registo: informal a semi-formal. Adequado em conversas, crónicas ou comentários morais; menos apropriado em contextos que exijam promoção de confiança ou reconciliação.
- Não justifica paranóia permanente: serve como aviso prático sobre vigilância razoável, não como apelo à hostilidade universal.
Exemplos
- Depois daquela revelação sobre o acesso à sua conta, disse-lhe: «Dos amigos me guarde Deus, que dos inimigos me guardarei eu» — agora sabe em quem confiar.
- Num escritório onde circulam fofocas e favores, muitos comentam o provérbio: ‘Dos amigos me guarde Deus…’ como razão para manter alguma reserva profissional.
Variações Sinónimos
- Dos amigos me guardem Deus, que dos inimigos me guardarei eu.
- Mais cuidado com os amigos do que com os inimigos.
- Cuidado com os amigos — dos inimigos já me defendo eu.
Relacionados
- Cautela e caldos de galinha não fazem mal a ninguém (valorização da prudência).
- Confiança é boa, controlo é melhor (sugere verificação mesmo em relações de confiança).
Contrapontos
- Generalizar desconfiança debilita relações: muitos amigos são leais e essenciais ao bem-estar.
- Promover demasiado ceticismo pode isolar a pessoa e destruir capital social que seria útil.
Equivalentes
- Inglês
God preserve me from my friends; I can protect myself from my enemies. - Espanhol
Que de los amigos me guarde Dios, que de los enemigos me guardaré yo. - Francês
Que Dieu me préserve de mes amis, car de mes ennemis je me garderai.