Afirma que quem morreu não pode responder ou defender‑se; usado para justificar que se fale livremente sobre o falecido ou para salientar a impossibilidade de confirmar algo com essa pessoa.
Versão neutra
O falecido não pode responder nem defender‑se.
Faqs
Significa que tudo é permitido dizer sobre alguém que morreu? Não. O provérbio aponta que o falecido não pode responder, mas não legitima difamação nem dispensa consideração pelas pessoas próximas nem pela verdade factual.
É um provérbio usado em contexto jurídico? Não é termo jurídico, mas a ideia relaciona‑se com a impossibilidade de ouvir uma testemunha. No direito há meios (documentos, declarações anteriores) que permitem colmatar essa ausência.
Há formas mais respeitosas de transmitir a mesma ideia? Sim: «Não podemos saber porque ele já não está aqui para dizer» ou «Não há como ouvir a versão do falecido» são mais neutras e respeitadoras.
Notas de uso
Uso coloquial e muitas vezes contundente — pode soar desrespeitoso se for empregado para atacar alguém já falecido.
Emprega‑se para justificar rumores, críticas ou decisões quando a pessoa em causa não pode responder.
Existem exceções práticas: registos, testemunhos e documentos podem «falar» pelo falecido (p. ex. testamentos, declarações anteriores).
Em contextos formais ou sensíveis (luto, memória pública), recomenda‑se evitar ou moderar o provérbio.
Exemplos
Não sei se era verdade, mas defunto não fala — já não há como perguntar-lhe.
Podem dizer o que quiserem sobre ele agora que se foi, mas devemos pensar nas pessoas que ficaram.
O processo baseou‑se em documentos, porque o defunto não fala para esclarecer os factos.
Variações Sinónimos
Os mortos não falam.
O morto não fala.
A morte cala.
Quem morreu não responde.
Relacionados
Quem cala consente (nem sempre aplicável)
A boca do morto fica fechada
Não se fala mal do morto (modo de etiqueta)
Contrapontos
Justificar difamação com base na morte não é aceitável eticamente e pode prejudicar familiares.
Registos, cartas, gravações e testemunhos anteriores permitem obter a versão do falecido sem que ele esteja presente.
Em contextos jurídicos há conceitos como declaração moribunda ou prova documental que relativizam a ideia de que o falecido 'não fala'.